quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

E "bibó" genérico...



Em tempos de crise o "Tuguinha" quer bom produto e a menor preço . O impacto da introdução dos genéricos no mercado português tem sido notável. A ascenção, embora lenta, é manifesta nos consumidores que adoptam agora uma atitude cada vez mais confiante, perante as campanhas de marketing do governo. De facto, as multinacionais farmacêuticas que sempre dominaram o mercado português, embora relutantes, inevitavelmente, muitas cederam à necessidade de investir neste "capital de risco".
No que consta a confiança da utilização dos genéricos, nas perspectivas médicas e farmacêuticas, questiona-se a biodisponibilidade/ eficácia do fármaco genérico relativamente ao referência. Na perspectiva do consumidor, importa colmatar que os genéricos são submetidos a iguais testes de bioequivalência que os referência, sendo por isso os únicos que podem substituir o respectivo medicamento de marca. À semelhança de outros países, a adopção de genéricos é uma medida necessária que visa auxiliar a população, sobretudo idosa com menor poder de compra e doentes crónicos, cuja terapêutica prolongada e composta por diferentes fármacos assume custos exorbitantes face ao salário médio de um português. Em suma, os medicamentos genéricos têm a mesma qualidade, eficácia e segurança a um preço inferior ao do medicamento original.






Mas afinal o que são genéricos? medicamentos referênca? medicamentos marca? medicamentos similares?


Os medicamentos referência / marca são, normalmente, medicamentos inovadores, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente . São os medicamentos que, geralmente, se encontram há bastante tempo no mercado e têm uma marca comercial conhecida.

Os medicamentos similares apresentam a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência (ou marca), mas não têm bioequivalência comprovada com o medicamento de referência.

O medicamento genérico é aquele que contém igual princípio activo, na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança que o medicamento de original .
O Decreto-Lei n.º 242/2000, de 26 de Setembro define que os medicamentos genéricos têm de obedecer às seguintes

a) Ser essencialmente similar de um medicamento de referência


b) Tenham caducado os direitos de propriedade industrial relativos às respectivas substâncias activas ou processo de fabrico;


c) Não invoquem a seu favor indicações terapêuticas diferentes relativamente ao medicamento de referência.


São identificados pela Denominação Comum Internacional (DCI) das substâncias activas, seguida do nome do titular da AIM, da dosagem e da forma farmacêutica e da sigla «MG», inserida na embalagem exterior do medicamento.


Garantia da qualidade, segurança e eficácia de acordo com o Decreto-Lei n.º 72/91, de 8 de Fevereiro é obrigatória a demonstração da bioequivalência com base em estudos de biodisponibilidade ou quando estes não forem adequados, a demonstração ou equivalência terapêutica por meio de estudos de farmacologia clínica apropriados ou outros a solicitar pelo INFARMED




Quais são as vantagens ?


- São medicamentos cujas substâncias activas se encontram no mercado há vários anos e que, por essa razão, apresentam maior garantia de efectividade e permitem um melhor conhecimento do respectivo perfil de segurança.


- Apresentam a mesma qualidade do medicamento de referência, traduzida na demonstração de bioequivalência, através de estudos de biodisponibilidade (Decreto-Lei n.º 72/91, de 8 de Fevereiro).


- São 35% mais baratos do que o medicamento de referência, com a mesma forma farmacêutica e igual dosagem caso não exista grupo homogéneo, o que se torna uma vantagem económica, para os utentes porque estes medicamentos são substancialmente mais baratos do que o medicamento de referência, e para o SNS porque permite uma melhor gestão dos recursos disponíveis. No caso de existir grupo homogéneo, o preço de venda ao público é igual ou inferior ao preço de referência desse grupo.


- A prescrição por DCI ou por nome genérico representa uma prescrição de base mais científica e mais racional.


- Maior rapidez na obtenção de AIM, associada a uma simplificação de todo o processo (está dispensada a apresentação dos relatórios dos peritos sobre os ensaios farmacológicos, toxicológicos e clínicos (Decreto-Lei n.º 72/91, de 8 de Fevereiro).



Referência bibliográfica:






Em dias d festa esta será a última entrada de 2008, o blog precisa de alguns dias para recuperar da ressaca :)

Aqui por estes lados...há neve, muita neve!

Faço votos para que tenham um Feliz Natal e um ano 2009 cheio de boas surpresas ;)



Foto: Guarda 2008


Esta obra de arte merece também um cantinho deste espaço... é de facto um bonito exemplar de Vila Real. Gostei especialmente do adorno metalizado e da pochete na patinha esquerda, imagino o que estaria a pensar : "- Ai querida, se a menina nao se despacha a tirar foto, daqui a nada tenho o verniz a estalar... " É de facto uma coelhinha bonita que nasceu nas mãos da Márcia e do pai da Márcia. A Vivi é uma coelhinha muita linda e de respeito!! Não sei se a bicheza ja foi baptizada mas cá pra mim, tem cara de Pitucha Conhaque... para a família é a vivi, claro :)
Foto: boneco de neve da Marcia, Vila Real 2008

domingo, 16 de novembro de 2008

Cronobiograma feminino


Todas as pessoas fascinantes têm algo a esconder: geralmente a sua total dependência da apreciação dos outrosCyril Connolly

1 aos 5 anos:
A mulher não tem a mínima ideia do que ela seja.
5 aos 10 anos:
Sabe que é diferente dos meninos,
mas não entende porquê.
10 aos 15 anos:
Sabe exactamente porque é diferente, e começa a tirar proveito disso.
25 aos 30 anos:
Nessa fase formam 5 grupos distintos:

G1 As que casaram por dinheiro
G2 As que casaram por amor
G3 As que não casaram
G4 As que simplesmente casaram
G5 As inteligentes


G1: descobrem que dinheiro não é tudo na vida, sentem falta de uma paixão.
G2: descobrem que paixão não é tudo na vida, sentem falta do dinheiro.
G3: não importa o dinheiro e a paixão, sentem falta mesmo é de um homem .
G4: não entendem por que casaram.
G5: descobrem que ter inteligência não é tudo na vida.


30 aos 35 anos:
Sabe exactamente onde errou e "tinge" o cabelo de loiro. Vai para academia.
35 aos 40 anos:Procura ajuda espiritual.
40 aos 45 anos:Abandona a ajuda espiritual e procura ajuda médica, com analistas e cirurgiões plásticos.
Após os 50 anos:Finalmente se descobre, se aceita e começa a viver!
Mas aí vem a osteosporose e o reumatismo e lasca tudo !


http://amigosdofreud.blogspot.com/



"O maior problema e o único que nos deve preocupar é vivermos felizes" Voltaire

sábado, 18 de outubro de 2008

1 Portugues, 2 embalagens de tranquilizantes



Segundo o Relatório 2004 da Organização Internacional de Controlo de Estupefacientes, Portugal lidera a taxa de consumo de substâncias psicotrópicas lícitasTranquilizantes e Anti-depressivos como Valium, Diazepam, Lorax. A tendência para o abuso lícito e ilícito de tranquilizantes é confirmada por indicadores do INFARMED – Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento, cujo estudo “Evolução do consumo de benzodiazepinas em Portugal de 1995-2001” aponta para um crescimento do consumo de benzodiazepinas (prescritas para redução de ansiedade, indução de sono e acalmar sintomas de pânico, etc.) de 26.36%, tendo passado de 70,48 para 89,06 DHD. As benzodiazepinas mais consumidas foram o alprazolam, lorazepam e diazepam, representando estes três fármacos 55,87% do consumo em 2001 (...)
Diazepam, bromazepam, lorazepam, triazolam, flurazepam, clorazepam, etc., são as drogas mais consumidas em todo o mundo sendo considerado o seu consumo um problema de saúde pública nos países mais desenvolvidos.(...)Do ponto de vista orgânico ou físico, as BZN são drogas relativamente seguras, dado ser necessárias grandes doses para gerar efeitos graves como hipotonia muscular, dificuldade em manter-se de pé e caminhar, tensão baixa, desmaios, e mesmo coma (que agravado sob consumo adicional de álcool). Estudos apontam para a suspeita do poder teratogénico das BZN durante a gravidez, podendo provocar lesões ou defeitos físicos no neonatais,malformações estas congénitas associadas a tranquilizantes menores como diazepam."



As benzodiazepinas actuam selectivamente em vias polissinápticas do SNC. Os mecanismos e os locais de acção precisos não estão ainda totalmente esclarecidos. O receptor das benzodiazepinas, situado na estrutura de um dos receptores do GABA designado por GABA A. Sabe-se que as benzodiazepinas modulam a acção do próprio GABA, promovendo a hiperpolarização das células onde actuam, por favorecer a abertura do canal de cloro, inibindo deste modo gerar-se potencial de acção. As benzodiazepinas distinguem-se entre si, essencialmente, pelas suas propriedades farmacocinéticas. Do ponto de vista farmacodinâmico ainda não é possível fazer distinções sistemáticas, embora só para algumas esteja comprovada a acção antiepiléptica. Deve-se notar, no entanto, que numa perspectiva pragmática as benzodiazepinas distinguem-se entre hipnóticas e ansiolíticas. Esta distinção é de alguma forma artificial na medida em que todas são ansiolíticas e que todas podem modificar o sono desde que se atinjam doses eficazes. O que as distingue, contudo, é que as benzodiazepinas ditas hipnóticas são fármacos potentes que podem por isso modificar as condições do sono em doses relativamente baixas, enquanto que as benzodiazepinas ditas ansiolíticas são menos potentes, o que permite a existência de uma "janela terapêutica" em que é possível obter uma acção ansiolítica sem interferir significativamente com o sono.

Todas as benzodiazepinas podem induzir tolerância, dependência física e psíquica. As benzodiazepinas de curta duração de acção são as que têm maior potencial de induzir dependência. Por outro lado, a tolerância para os efeitos hipnóticos das benzodiazepinas desenvolve-se rapidamente, pelo que os tratamentos que têm como objectivo o tratamento da insónia devem ser de curta duração. As benzodiazepinas estão contra-indicadas na apneia do sono. Habitualmente há necessidade de reduzir a dose das benzodiazepinas quando há IR. Em casos de intoxicação está indicado o flumazenilo como Antagonista.

As benzodiazepinas são a alternativa para os barbitúricos. Estas são claramente vantajosas na medida em que não têm acção depressora do centro respiratório, sendo por isso de uso mais seguro, além de terem maior especificidade sobre a sintomatologia ansiosa.
Indicações:
Ansiedade simples ou secundária, depressão, insónias,convulsões,epilepsia ( só algumas),indução da hipnose,Delirium tremens,como adjuvante na indução da anestesia geral;em procedimentos médicos invasivos para acalmar o doente (e.g. endoscopia);como relaxante muscular.
Efeitos Adversos:
Sedação (se usado como ansiolítico),alguma euforia,amnésia,indiferença e má avaliação do perigo(tendem a responder menos a agressões por outros indíviduos),exacerbação de muitos efeitos do alcool, confusão, hipotermia, dependência, aumento da hostilidade, ataxia, anemia hemolítica ,alucinações.
Risco menor de depressão respiratória ou cardiovascular em overdose, embora se tomadas concomitantemente com outros depressores do SNC, como o alcool, o risco aumenta.

Dependência
Causam dependência psicológica e física, dependente da dosagem e duração do tratamento. A dependência física estabelece-se após 6 semanas de uso, mesmo que moderado.
O uso crónico cria tolerância obrigando a aumentar a dose para obter os mesmos efeitos, razão por que actualmente não está indicada a sua administrção para lá das três semanas, em casos não complicados.
O seu síndrome de privação/abstinência após uso prolongado (mais de 2 meses) inicia-se alguns dias após paragem da administração, atingindo um período ainda desconhecido que pode ir até aos dois, três anos. Caracteriza-se por tremores, tonturas, ansiedade, insónias, perda do apetite, delirium tremens, delusões, suores, e por vezes convulsões ou psicoses.

Benzodiazepinas agrupadas
Duração ultra-curta (menos de 6 horas) (hipnóticos e indutores do sono)
Triazolam: Pode causar ataques de mau humor e fúria violenta em alguns doentes devido aos sintomas de privação rápidos. Retirado do mercado em alguns países por essa razão.
Midazolam: Dormonid
Flunitrazepam: Rohypnol

Duração curta (6-10h) (hipnóticos, ansiolíticos)
Oxazepam
Duração intermédia (10-20h) (ansiolíticos, hipnóticos)
Lorazepam
Clordiazepóxido: 5-25h.
Temazepam
Alprazolam

Duração longa (ansiolíticos)
Diazepam: Valium.
Clonazepam: Rivotril
Prazepam
Bromazepam: Lexotan

Posto isto, haverá alternativas viáveis que se apresentem vantajosas, face à química medicamentosa das benzodiazepinas?


Após leitura de alguns artigos pude constatar que existem algumas possibilidades:

1-Terapia de relaxamento: yoga, judo, acupunctura...

2-Buspirona, que pertence a mais nova classe de medicamentos chamada de azapironas. Nalguns casos específicos, podem ser usados certos antidepressivos sedativos, quando a insónia está associada à depressão ou para fazer o desmame dos hipnóticos. A buspirona demora mais tempo para produzir benefícios e pode ter efeitos colaterais como tontura, dor de cabeça e náusea, mas vicia menos que o alprazolam. Além disso, alguns médicos dizem ter obtido sucesso no tratamento da ansiedade com antidepressivos, especialmente SSRIs.

3-Extractos de valeriana. Os medicamentos à base desta planta representam uma alternativa interessante. No entanto, a sua eficácia ainda não pode ser medida com rigor nomeadamente porque ainda se desconhecem todos os princípios activos e por alguns problemas de qualidade.

4- Anti-histamínicos. Para tratar insónias ligeiras, podem ainda ser prescritos certos anti-histamínicos, aproveitando a sua capacidade de provocar sonolência como efeito secundário. Mas esta solução só raramente é utilizada.

Em todo o caso é importante saber que só o médico pode avaliar a gravidade dos sintomas e prescrever o tratamento mais adequado. Os tratamentos podem passar por combinar psicoterapias e técnicas de relaxamento, em vez de recorrer a medicamentos.
Caso sofra de uma perturbação do sono continuada, o mais provável é que o médico lhe recomende psicoterapia (nomeadamente terapia cognitivo-comportamental).
http://www.deco.proteste.pt/saude/dossie-do-sono-s412131/dos/413371.htm


De acordo com o Infarmed, são alguns exemplos de Psicofármacos Ansiolíticos e Hipnóticos agrupados pelo tempo permanência no organismo:

Ansiolíticos de Curta Duração
Alprazolam, Bromazepam, Lorazepam, Medazepam, Oxazepam
Ansiolíticos de Duração Intermédia
Cetazolam, Clobazam, Clorazepato, Clorodiazepóxido, Cloxazolam, Diazepam, Halazepam, Loflazepato de etilo, Mexazolam ,Nordazepam, Prazepam
Ansiolíticos de Longa Duração
Brotizolam, Midazolam, Triazolam, Zolpidem


Hipnóticos de Curta Duração
Estazolam ,Flunitrazepam,Loprazolam ,Lormetazepam, Temazepam
Hipnóticos de Duração Intermédia
Flurazepam,Quazepam
Hipnóticos de Longa Duração
Buspirona,Valeriana

http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MONITORIZACAO_DO_MERCADO/OBSERVATORIO/INTRODUCAO_DE_FICHEIROS/Estudo-BZD.pdf



"Medicamentos, aliados ou não ao álcool, é uma das formas mais comuns para as tentativas de suicídio, uma vez que os doentes que os tomam têm muitas vezes quadros depressivos associados aos problemas de ansiedade ou de sono.Para o especialista, uma forma de minimizar o problema seria prescrever embalagens mais pequenas destes fármacos, embora reconheça que isso faria aumentar o número de consultas médicas.O psiquiatra Ricardo Gusmão, por seu lado, admite que os tranquilizantes (benzodiazepinas) sejam frequentemente usados nos parasuicídios, mas não nas tentativas reais de suicídio.«Os parasuicídios são formas mais ou menos conscientes de comunicar uma situação de crise que um indivíduo se sente incapaz de resolver e pode ser encarado como um modo de pedir ajuda a terceiros», explicou o professor de psiquiatria Ricardo Gusmão. Nestes casos, o coordenador em Portugal da Aliança Europeia Contra a Depressão considera que as benzodiazepinas são frequentemente utilizadas, mas que raramente resultam em morte.O neurologista Nuno Canas alertou ainda que os tratamentos com tranquilizantes (benzodiazepinas) são muito mais prolongados do que deviam, uma responsabilidade que atribuiu essencialmente aos médicos.«Os tratamentos com benzodiazepinas deviam durar um ou dois meses no máximo, mas estão a ser muitíssimo mais prolongados», afirmou. Para o neurologista do hospital Egas Moniz, «a responsabilidade é dos médicos em geral, que não param os tratamentos quando deviam», o que acontece porque as benzodiazepinas são eficazes e induzem nos doentes uma sensação de calma. Em contraponto, o psiquiatra Ricardo Gusmão diz que é residual o número de doentes que não passam sem benzodiazepinas por um período superior a três meses, assumindo contudo que «boa parte» do seu trabalho consiste em fazer o desmame destes fármacos. Alterações cognitivas, dependência física e psíquica e elevada tolerância (tem de se ir aumentando a dose para que o medicamento faça efeito) são os principais problemas de uma toma prolongada dos tranquilizantes.«Os médicos prescrevem frequentemente benzodiazepinas porque as pessoas pressionam. Não valorizam também o problema da dependência, das alterações tóxicas comportamentais e cognitivas», afirmou o especialista, sublinhando que há muitas farmácias a vender estes medicamentos sem receita médica e contra a lei. De acordo com dados do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, cada português consumiu em média no ano passado duas embalagens de comprimidos sedativos, ansiolíticos ou hipnóticos. Os dados de 2006 indicam que os portugueses gastaram 81,94 milhões de euros em medicamentos para ajudar a dormir ou para combater a ansiedade.Os mesmos dados indicam que os portugueses consomem anualmente cerca de 20 milhões de embalagens deste tipo de comprimidos, o que dá uma média de duas embalagens por cada português.Os medicamentos com substâncias naturais, como o extracto de valeriana, têm sido apontados por alguns médicos como uma alternativa às benzodiazepinas.«As companhias farmacêuticas estão a começar a apostar nesta alternativa. O efeito destes produtos naturais não é tão rápido, mas a eficácia é semelhante e os efeitos acessórios são incomparavelmente menores», defendeu Nuno Canas. Como exemplo dos efeitos secundários reduzidos, o médico do Egas Moniz dá o caso de um doente que se tentou suicidar com 100 comprimidos de extracto de valeriana e que, no dia seguinte, apenas acordou com mais sono. Mas Ricardo Gusmão ressalva que a valeriana apenas tem utilidade como ansiolítico em casos SOS, uma vez que tomada durante alguns dias seguidos deixa de cumprir esse efeitoNão presta para tratamentos estruturados e não pode substituir as benzodiazepinas», comentou, apontando antes como alternativa a buspirona, que o neurologista Nuno Canas também nomeou como fármaco uma opção com riscos de dependência e de tolerância muito menores".
Lusa / SOL



sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Caricaturas




Esta opinião é realmente interessante e cómica. As diversas explicações para o porquê de muitos de muitos nomes de medicamentos é de partir o coco a rir com as supostas mensagens subliminares...( já que estamos em época de praxe, imaginem só o caloiro Masto-danatrol a fugir do caloiro Aerius....lol). E se tiverem de comprar "camisas de bénus" de qualidade?



"Não sei se já repararam que há qualquer coisa de enigmático e surreal nos nomes dos medicamentos... As designações encontradas pelos diversos laboratórios para um simples remédio para a dor de cabeça têm o dom de a aumentar em vez de a tirar se tentarmos pronunciar o seu nome. Por isso os doentes, quando se dirigem à farmácia, nem se atrevem a dizer a palavra proibida - e não é por não perceberem a letra do médico! Ao invés, submetem subrepticiamente a prescrição ao olhar conhecedor do farmacêutico, que a traduz e se encarregará de procurar o sinistro produto numa das suas numerosas gavetinhas. É quase como ir comprar preservativos com a farmácia cheia de gente...

Porque será então que os medicamentos têm nomes tão horripilantes? Será que os técnicos - ou serão os responsáveis de marketing? - das empresas farmacêuticas se divertem secretamente ao baptizá-los? Será que fazem charadas e anagramas com as suas letras? Será que tentam formar palíndromos? Será que passam mensagens subliminares? Será que pedem a opinião aos familiares e amigos? Ninguém o sabe.

Estão a imaginar a conversa entre dois DIM's (Delegados de Informação Médica) sobre as vantagens dos respectivos produtos? "Asseguro-lhe, colega, que o nosso Cataflan é infinitamente superior ao vosso Curoxime." O outro retorquirá decerto: "Talvez, mas com o nosso novo Bizoprolol à base de Mirtazipina o vosso Rapamune será posto de lado!" O primeiro ainda poderá objectar: "Ah, mas está a esquecer-se do Vartonil..." e por aí fora.

E quando lhes acrescentam designações complementares em jeito de título nobiliárquico de ascendência duvidosa, do género Lozartan - Hidroclorotiazida APS ou Cirproterona + Etinilestradiol Nakria? Pavoroso...

Há nisto tudo uma questão de seriedade. Como pode um doente acreditar que um medicamento chamado Zumba com hormonas vá curar alguma coisa? É evidente que não cura coisa nenhuma nem com hormonas nem sem elas! Já uma panaceia de nome Ultratard diz tudo quanto à sua eficácia imediata, enquanto que um Pampe ou mesmo um Sopax não inspiram nenhuma confiança... E quem é que entra numa farmácia e pede uma caixa de Lanzogastro, de Rontilona ou mesmo de Chiroflu sem provocar uma epidemia de riso descontrolado?

Não, isto não pode ser coincidência... Inclino-me para a hipótese das mensagens subliminares. Não acham estranho haver tantos medicamentos começados por "Z" (Zipos, Zomig, Zemalex, Zenitram, Zozarine, Zurim, Zixen, Zoloft, Zyprexa, Zurcal, Zigabal, Zera) e por "X"? (Xumadol, Xorbe, Xorpic, Xagrid)?... Aqui há gato! E já nem falo de alguns nomes com uma ressonância egípcia - só podem ser antigos deuses egípcios! - tais como Akineton, Avandamet, Nabumet, Lodot, Ketofene, Cosopt, Monoket, Ramik, Meralop, Keppra ou Rilutek!
Reparei que alguns deles parecem conter apelos dissimulados ao consumo. Por exemplo: não acham que comprando uma caixa de Domperidona ficamos com uma estranha e irresistível vontade de beber champanhe? Já nem digo que nomes como Kinzalkomb, Bonviva, Dogmatil ou Rebif nos façam salivar abundantemente como o cão de Pavlov mas que cria em nós um desejo intenso de ir a correr ao hipermercado comprar embalagens gigantes de comida para cães lá isso cria!

E a simples visão de um tubo de Budesonido não vos dá um formigueiro que vos impele a comprar uma aparelhagem de som espanhola? A mim dá... O caso das músicas é flagrante. Ora digam lá que depois de adquirir uma carteira de Penilan não têm necessidade de comprar uma colectânea de êxitos dos Beatles e que ao tomar uma dose de Sibelium não se sentem compelidos a trautear a Valsa Triste de um certo compositor finlandês? Para mim é claro que a banda Ena Pá 2000 aparece sugerida em qualquer prescrição de Bedoze 10000... E o que pensar então de designações sofisticadas como Wintomilon e Duphaston? Lingerie feminina, é claro...

Descobri também publicidade oculta às aventuras de um certo guerreiro gaulês cujo nome o pudor me impede de pronunciar aqui. Reparem: Aurorix, Cefofix, Cefrix, Clonix, Hiberix, Nalbix, Oraqix, Starlix, Virlix, Zeffix, Zorix... Se atentarmos ainda nos nomes Moduretic, Monsalic, Myfortic, Odric, Omnic ou Zyloric veremos que se trata de uma famosa aventura que teve lugar no país dos Godos!

E depois há aqueles animados que passam na televisão que é só seres que se transformam, dotados de uma inteligência diabólica e força prodigiosa e que - claro! - querem tornar-se senhores absolutos do Universo. Os nomes são terríveis: Atacand, Gigatrom, Implementor, Kreon, Masto-Danatrol, Metanor, Moxon, Totan, Tromiz, Sirdalud, Zarator, Zocor. Felizmente que para defender o Universo destes vilões há uma legião de super-heróis com super-poderes fabulosos: Aerius, Isuhuman, Maxflin, Quomen, Spasmomen, Suprefact, Ultrabeta, Ultra-vinca, Vytorin (nem quero saber quais são os super-poderes deles...). Estão a imaginar os diálogos? "Ah! Ah! Rende-te Masto-Danatrol! Não conseguirás escapar desta..." "Nunca me apanharás vivo, Aerius! O Universo vai saltar comigo! Ah! Ah! Ah! Ah!" (gargalhada sarcástica nº 3).

Melhor que tudo são os delicodoces do tipo doce alívio... Recorrem muito a galicismos ou mesmo a nomes franceses para transmitir uma imagem de suavidade e sofisticação: Allurenne, Jeanine, Lafamme, Petibelle, Angelic, Diane, Nuvelle, Valette... Também há uns exageradamente líricos como Yasmin, Gracial, Laurina ou Sonata... Outros há que me intrigam deveras: Budo san é um medicamento para japoneses? O Neuro-race promove a competição entre os neurónios? O Otobrol só pode ser usado durante o mês de Outubro? O Taloxa destina-se exclusivamente aos operários da construção civil? Podemos ter esperança com o Tuneluz?

Para terminar este já longo rol aqui ficam alguns que NUNCA mas NUNCA se devem usar - com nomes destes não podem ser coisa boa... São eles: Viramune, Ursofalk, Reupax, Acudor (não devia ser Ai Que Dor?), Ralopar, Vabeta, Pep-rani, Tramy, Diulo, Parlodel, Drill (será engano?), Tonicê, Diastabol, Ogasto, Raptiva, Paftec. Que tal tentarem adivinhar a aplicação terapêutica através do nome, hum? "









" Às vezes a timidez impede-nos de ir à farmácia comprar certos medicamentos de venda livre. Quando o estabelecimento está cheio torna-se mesmo embaraçoso ter de os pedir, ainda que em voz baixa. O melhor é levar receita... e esperar que ser atendido discretamente... "










blog.uncovering.org

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

The secret

The secret, baseado no documentario de Rhonda Byrne's, tem por base a lei da atracção.

A lei da atracçao, refere que o pensamento é um processo criativo poderoso. Consciente ou inconscientemente as pessoas atraem acontecimentos, tendem a se relacionar com o que têm mais afinidade.

Apoiada na física quântica refere que"tudo no universo é energia ou seja tudo é vibração; cada pensamento emite sua propria vibração e em função dessa mesma vibração a lei da atracção responde(...)" Gomes N. (Psiquiatra).

"Esta informação cientifica é real e comprovada em estudos feitos desde os tempos antigos.
Como é que você descobre que energia o faz mover agora? Precisamente, se perceber como se sente. Os nossos sentimentos nos mostram que tipo de pensamentos estão a ocupar a nossa mente. É através dos sentimentos que descobrimos o que nos motiva ou desmotiva. Se está a atrair coisas que não gosta, é porque está focado no que não gosta, é isso que atrai, quer queira quer não! Atraímos o que sentimos! E sentimos o que pensámos. Preste atenção! comece por se concentrar em coisas pequenas que facilmente as identifique, e veja se a Lei da Atracção está a trabalhar a seu favor ou se contra você. Estas são as leis da natureza emotiva. Não podem ser mudadas.
Em 1930 uns alunos desta ciência tentaram provar que os pensamentos são coisas, e que diferentes tipos de pensamentos criam diferentes tipos de sentimentos e energias. Como é que eles explicariam essa ciência. Resolveram descobrir se seria possível fotografar essas ondas electromagnéticas do pensamento. Pois é: Conseguiram!! E como? Eles resolveram fazer isso através de paredes de aço, uma experiência que voltou a ser repetida e repetida por outros. A acompanhar esta descoberta surgiu outra descoberta muito importante: "Quanto maior fosse a carga de emoção com que o pensador carregasse os seus pensamentos, mais nítidas seriam as fotografias".
Não há dúvida que existe uma energia magnética ligada aos nossos pensamentos e sentimentos. Por isso o semelhante atrai o seu semelhante! E o igual atrai o seu igual! Examine os seus sentimentos e guiará os seus pensamentos".

Autora Maria Robertson


Para quem nao leu o livro, aqui têm um pouco do filme....





segunda-feira, 15 de setembro de 2008

NOVIDADES



Para além dos habituais artigos temáticos, a partir de Setembro, o blog irá informar o leitor de novidades científicas, publicadas em diversas revistas. As novidades, sao publicaçoes da responsabilidade das fontes. O fim a que se destinam tais publicaçoes é semelhante a qualquer outro artigo do blog: tem um caracter meramente informativo que nao pretende de modo algum plagiar mas sim divulgar; nao pretende substituir a necessidade de consultar um profissional de saude . O blog deseja-lhe boas leituras
Gripe: Cientistas testam vacina universal
O novo tipo de imunização tem vindo a ser testado de forma experimental em voluntários britânicos, podendo acabar com a necessidade de serem produzidas anualmente diversas vacinas contra as variações do vírus.De acordo com os investigadores, a vacina ataca as proteínas que ficam na parte interna do vírus da gripe e que raramente se modificam.O que torna esta vacina diferente das outras é o facto de ser desenvolvida nas proteínas que ficam na parte interna do vírus, que sofrem poucas mutações.Por forma a criar uma resposta imunológica, a vacina contem uma amostra enfraquecida do vírus da varíola que transporta as proteínas para o organismo do paciente. Uma vez dentro do organismo, a amostra revela estas proteínas ao sistema imunológico, ficando este preparado para as destruir na próxima vez que as identificar.Caso o novo sistema de imunização venha a ser utilizado, será apenas necessário receber a vacina de 10 em 10 anos.

Por: Pedro Santos 12-set-2008


Topamax para a enxaqueca aumenta níveis de ácido úrico no sangue
Um estudo revelou que o fármaco para a enxaqueca Topamax (topiramato) pode aumentar os níveis de ácido úrico no sangue. Algumas investigações demonstraram que elevados níveis de ácido úrico podem aumentar o risco de problemas cardíacos.A utilização do Topamax, da Ortho-McNeil Neurologics, uma divisão da Johnson & Johnson, tem sido relacionada com uma perda de peso corporal e pedras nos rins, mas até agora ainda não tinha sido conduzido nenhum estudo para analisar os seus efeitos nos níveis de ácido úrico. Para este novo estudo, publicado na "Headache", os investigadores da Universidade de Duzce, na Turquia, mediram os níveis de ácido úrico, colesterol e triglicéridos em 53 pacientes com enxaquecas que estavam a tomar Topamax, assim como em 44 sujeitos de controlo que não estavam a receber o fármaco. Entre os pacientes, os níveis médios de ácido úrico eram significativamente mais elevados naqueles a receber Topamax. Sabe-se que o excesso de ácido úrico no organismo pode criar stress oxidativo, que danifica as células e contribui para doenças, incluindo o acumular de placas bloqueadoras das artérias. Tendo em consideração a potencial relação entre os níveis anormalmente elevados de ácido úrico e complicações cardiovasculares, deve dar-se um ênfase às complicações relacionadas com o topiramato, tais como elevados níveis de ácido úrico. O Topamax foi originalmente aprovado para tratar a epilepsia em adultos e crianças, estando indicado como monoterapia em doentes com epilepsia recentemente diagnosticada ou para a conversão a monoterapia em doentes com epilepsia;terapêutica adjuvante para adultos e crianças, de idade igual ou superior a 2 anos, com crises parciais ou crises generalizadas tónico-clónicas; terapêutica adjuvante para adultos e crianças com crises associadas à síndrome de Lennox-Gastault; e ainda para a profilaxia da enxaqueca, em adultos.

Por:Isabel Marques 15-set-2008


Fármacos antipsicóticos aumentam risco de AVC
Resultados de um estudo sugerem que os pacientes que tomam antipsicóticos típicos e atípicos apresentam um risco mais elevado de acidente vascular cerebral (AVC), em comparação com quando não estão a tomar este tipo de fármacos.(...) Os resultados demonstraram que aqueles que tomaram antipsicóticos típicos tinham 1,7 vezes mais probabilidade de ter um AVC durante o tempo que estiveram expostos aos fármacos, em comparação com os períodos de não exposição. Por outro lado, aqueles a tomar antipsicóticos atípicos apresentaram 2,3 vezes mais probabilidade de ter um AVC.Além disso, quando qualquer fármaco antipsicótico foi administrado o risco subiu para 3,5 vezes em pacientes com demência, enquanto aqueles sem demência tinham 1,4 vezes mais probabilidade de ter um AVC, em comparação com quando os pacientes não estavam a tomar antipsicóticos.Os antipsicóticos, grupo no qual se incluem a risperidona, olanzapina, sertindol, clozapina, cloropromazina e flufenazina, além de serem eficazes no controlo dos sintomas das psicoses, possuem outros efeitos farmacológicos que podem ser utilizados com vantagens terapêuticas, sendo por exemplo antieméticos, antivertiginosos e ansiolíticos. Os antipsicóticos estão indicados no tratamento da esquizofrenia e outras psicoses; náuseas e vómitos (alguns); ansiedade (casos particulares); alterações do comportamento; tétano (a cloropromazina é efectiva como tratamento adjuvante); porfíria (a cloropromazina é eficaz no tratamento da dor abdominal); soluços intratáveis; dor neurogénica (em casos particulares a flufenazina é eficaz como tratamento adjuvante); alergia e prurido.

Por: Isabel Marques 12-set-2008


Tysabri preparado para iniciar testes oncológicos
As farmacêuticas Biogen e Elan anunciaram que irão dar início ao estudo com o fármaco Tysabri (natalizumab), um agente imunossupressor selectivo que é utilizado no tratamento da esclerose múltipla (EM) com exacerbação-remissão, e que agora vai ser testado como um potencial tratamento para o mieloma múltiplo, um cancro de células plasmáticas no qual um clone de células plasmáticas anormais se multiplica, forma tumores na medula óssea e produz uma grande quantidade de anticorpos anormais que se acumulam no sangue ou na urina.As fases I e II de testes vão ser realizados de forma aleatória envolveram pacientes com mieloma múltiplo refractário ou relapsante, devendo os mesmos ser administrados com Tysabri durante seis meses. Após este período, aqueles que apresentaram uma resposta positiva completa ou parcial ao medicamento irão continuar a ser administrados até surgirem mais progressos curativos contra a doença.Wayne Saville, director do departamento de investigação oncológico da Biogen Idec, considera que o Tysabri tem bastante potencial, não só contra o mieloma múltiplo, como também para outros tipos de cancro.

Por: Pedro Santos 15-set-2008



EMEA aprova Intelence para o tratamento do VIH
A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) autorizou a comercialização da terapia de próxima geração Intelence (etravirina) para o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), da Tibotec do grupo Johnson & Johnson.O Intelence, utilizado em combinação com outros medicamentos anti-retrovirais, está indicado para o tratamento de adultos com VIH-1 (vírus da imunodeficiência humana) que já receberam tratamento com anti-retrovirais. O Intelence é o primeiro medicamento eficaz em pacientes portadores de estirpes do VIH que demonstraram resistência a fármacos inibidores não-nucleosídeos da trancriptase reversa (NNRTI, em inglês). A etravirina (TMC125) é o primeiro novo NNRTI a ser introduzido no mercado em aproximadamente 10 anos. A etravirina inibe a replicação viral ao ligar-se directamente à trancriptase reversa e bloqueando as actividades da polimerase do ADN viral.O Intelence estende a classe de NNRTI a milhares de pacientes na Europa que já receberam tratamentos e que têm um vírus resistente aos NNRTI, fornecendo-lhes o potencial de suprimir o vírus a níveis indetectáveis, o objectivo crucial do tratamento, segundo a Professora Christine Katlama, chefe da Unidade de Investigação Clínica em SIDA do Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris.

Por:Isabel Marques 12-Set-2008


Tratamento inicial com ibuprofeno pode ser o melhor para a febre nas crianças
Resultados de um novo ensaio clínico sugerem que o melhor método para reduzir a febre nas crianças é começar com ibuprofeno isoladamente e então considerar utilizar paracetamol mais ibuprofeno posteriormente.O Dr. Alastair D. Hay, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e colegas avaliaram a duração da febre em 146 crianças, entre os 6 meses e os 6 anos, que receberam aleatoriamente ibuprofeno, paracetamol, ou ambos para tratar a temperatura elevada.O Dr. Alastair D. Hay, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e colegas avaliaram a duração da febre em 146 crianças, entre os 6 meses e os 6 anos, que receberam aleatoriamente ibuprofeno, paracetamol, ou ambos para tratar a temperatura elevada.Nas primeiras 4 horas após o tratamento, a combinação de fármacos cortou a duração da febre em cerca de 55 minutos, em comparação com o paracetamol isoladamente. O ibuprofeno sozinho também foi comparável à terapia de combinação. Após 24 horas, o paracetamol mais ibuprofeno reduziu a duração da febre em 4,4 horas em relação ao paracetamol isoladamente e em 2,5 horas, em comparação com o ibuprofeno sozinho. Os efeitos secundários foram semelhantes em cada tratamento.(...)


Por Isabel Marques 11-set-2008



Anafilaxia aumenta após vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano
Investigadores australianos revelaram que a taxa de anafilaxia, uma reacção alérgica rara, mas grave, é mais elevada em mulheres após a vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano (VPH).O estudo, publicado na "Canadian Medical Association Journal", descobriu que a reacção adversa ao VPH em mulheres jovens era cinco a 20 vezes mais elevada do que aquela identificada em programas de vacinação em idade escolar. Contudo, as taxas gerais de anafilaxia foram baixas sem efeitos graves duradouros associados. Num estudo de 2007, em 114 mil mulheres de um programa de vacinação, a equipa de investigadores descobriu 12 mulheres com suspeitas de anafilaxia e oito casos confirmados. Os sintomas incluem dificuldade em respirar, náuseas e urticária.(...)

Por: Isabel Marques 09 de Setembro de 2008



Combinação de fármacos para a diabetes pode aumentar mortalidade

Combinação de fármacos para a diabetes pode aumentar mortalidade Tratamentos de combinação para a diabetes tipo 2 que utilizam dois tipos de fármacos, metformina e sulfonilureias, podem aumentar o risco de hospitalização devido a doenças cardiovasculares e mortalidade, segundo um relatório publicado na edição de Agosto da "Diabetes Care".Os investigadores chegaram a esta conclusão após analisarem dados conjuntos de nove grandes estudos observacionais. Segundo o Dr. Vivian A. Fonseca referiu à Reuters Health, o relatório realça o real dilema que existe hoje no tratamento da diabetes. Existem fármacos que baixam a glucose, mas encontram-se, com o tempo, problemas com os resultados, particularmente os cardiovasculares.(...) Em conclusão, as descobertas claramente demonstram que são necessários mais estudos, não só para avaliar a relação entre a terapia de combinação de metformina e sulfonilureias e todas as causas e/ou mortalidade cardiovascular, mas também para perceber o potencial mecanismo subjacente dos seus efeitos.

Por Isabel Marques 08 de Setembro de 2008

Flavonóis de cacau podem ajudar a preservar a memória
Investigadores norte-americanos revelaram que as pessoas entre os 59 e 83 anos que beberam uma bebida rica em flavonóis de cacau apresentaram um aumento de 8 por cento do fluxo de sangue no cérebro, após uma semana, e de 10 por cento, após duas semanas.O estudo, publicado na "Neuropsychiatric Disease and Treatment", revelou que os flavonóis de cacau, antioxidantes que se encontram naturalmente nas sementes do cacau, podem aumentar o fluxo sanguíneo para o cérebro.Os investigadores sugeriram que melhorias do fluxo sanguíneo no cérebro, a longo prazo, podem ter um impacto no comportamento cognitivo, oferecendo uma potencial defesa contra condições debilitantes do cérebro, incluindo demência e acidente vascular cerebral (AVC).Quando o fluxo de sangue no cérebro diminui ao longo do tempo, os resultados podem ser danos estruturais e demência. Os investigadores especulam que manter um fluxo sanguíneo no cérebro elevado pode atrasar este declínio cognitivo.


Suplementos à base de alho ajudam a baixar pressão sanguínea elevada
Suplementos à base de alho podem ajudar a baixar a pressão sanguínea tão efectivamente como alguns fármacos utilizados para tratar a hipertensão, segundo uma nova análise publicada online na "BMC Cardiovascular Disorders".De acordo com a Dra. Karin Ried e colegas da Universidade de Adelaide, na Austrália do Sul, os suplementos com preparações de alho podem fornecer uma alternativa aceitável ou uma opção de tratamento complementar para a hipertensão.As investigações efectuadas até agora sobre o alho e a pressão sanguínea têm tido resultados inconclusivos, enquanto a última meta-análise, na qual os resultados de diversos estudos foram analisados colectivamente, só incluiu estudos realizados até 1994.Para fornecer uma perspectiva actualizada, a Dra. Ried e a sua equipa incluíram estudos mais recentes na sua análise, identificando 11 estudos, nos quais os pacientes receberam aleatoriamente alho ou placebo. Na maior parte dos estudos, os participantes que receberam alho tomaram-no em forma de pó, como um suplemento estandardizado. As doses variaram entre 600 mg e 900 mg por dia, que os participantes receberam durante 12 a 23 semanas.Quando os investigadores recolheram os dados dos ensaios, descobriram que o alho reduziu a pressão sanguínea sistólica (o número mais elevado na leitura da pressão sanguínea) numa média de 4,6 mm Hg. Uma análise limitada a pessoas com pressão sanguínea elevada demonstrou que o alho reduziu a pressão sanguínea sistólica em 8,4 mm Hg, em média, e a pressão sanguínea diastólica em 7,3 mm Hg. Nas pessoas com pressão sanguínea mais elevada, no início do estudo, verificou-se uma maior redução da mesma, devido à ingestão de alho.Os efeitos foram semelhantes àqueles dos fármacos geralmente utilizados para tratar a hipertensão como, por exemplo, os beta-bloqueadores, que reduzem a pressão sanguínea sistólica em 5 mm Hg, e os inibidores ACE, que produzem uma queda média da pressão sanguínea sistólica de 8 mm Hg.As dosagens de 600 mg a 900 mg utilizadas nos estudos são equivalentes a 3.6 mg a 5.4 mg do ingrediente activo do alho, alicina. Um dente de alho fresco contém de 5 mg a 9 mg de alicina.Na população total, reduzir a pressão sanguínea sistólica numa média de 4 a 5 pontos e a diastólica em 2 a 3 pontos pode reduzir o risco de ataque cardíaco e morte relacionada com doenças cardíacas até 20 por cento. Contudo, é necessária mais investigação para determinar se os suplementos de alho podem ter um efeito de longo prazo no risco de doenças cardíacas, segundo concluíram os investigadores.

Por:Isabel Marques 22 de Agosto de 2008



Hipertensão: Diovan e Exforge aprovados como tratamentos de primeira linha
A agência reguladora norte-americana (FDA) aprovou o pedido da Novartis para alargar os princípios activos dos fármacos Diovan (valsartano) e Exforge (amlodipina + valsartan) como tratamentos de primeira linha para a hipertensão.O Diovan já era utilizado para a patologia, embora como tratamento de segunda linha, e o Exforge também já havia sido aprovado como tratamento para a hipertensão em 2007, embora apenas em pacientes que tinham apresentado respostas inadequadas a outros fármacos."Estas aprovações permitem uma flexibilidade e confiança nos profissionais de saúde para que passem a utilizar estas terapias como tratamentos de primeira linha", afirmou Kenneth Jamerson, do Departamenteo de Medicina Cardiovascular na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. "Os pacientes irão ainda ter mais benefícios, já que poderão controlar a sua pressão arterial mais rapidamente e apenas com um comprimido", concluiu.

Pedro Santos21 de Agosto de 2008



Metadona revela-se promissora no tratamento da leucemia resistente
A metadona, um fármaco utilizado para o tratamento de pessoas com adição à heroína e outras drogas opióides, mostrou-se promissora como um novo tratamento para a leucemia, especialmente para a leucemia resistente, segundo dados de um estudo.Investigadores da Universidade de Ulm, na Alemanha, revelaram que testes de laboratório demonstraram que a metadona destrói as células da leucemia sem danificar as células sanguíneas saudáveis. Os resultados, publicados na edição de Agosto da "Cancer Research", revelaram que a metadona foi mesmo efectiva na destruição das células da leucemia resistente à quimioterapia e radiação.Segundo a investigadora principal, a Dra. Claudia Friesen, as células da leucemia expressam receptores opióides, aos quais a metadona se liga. Surpreendentemente, os investigadores descobriram que a metadona destrói as células da leucemia eficientemente, mas nunca esperavam isto, acrescentou a Dra. Friesen em declarações à Reuters Health.Estes resultados fornecem as bases para novas estratégias para a utilização da metadona como um fármaco anti-cancerígeno adicional na terapia da leucemia, especialmente quando as terapias convencionais são menos efectivas. Os investigadores ficaram muito entusiasmados com os resultados, pois quando os tratamentos convencionais falham, o que ocorre em pacientes idosos e também jovens, não há outras opções. A Dra. Friesen prevê que a metadona terá efeitos semelhantes noutros cancros que expressam receptores opióides. No laboratório descobriram que também é possível destruir tumores sólidos. A equipa de investigadores está a estudar a metadona isoladamente e em combinação com outros fármacos de quimioterapia em modelos animais de cancro.

Isabel Marques 20 de Agosto de 2008


Leucemia: Ofatumumab apresenta resultados positivos contra a doença
As farmacêuticas GlaxoSmithKline e Genmab anunciaram resultados positivos da Fase III de testes clínicos envolvendo o anticorpo monoclonal ofatumumab (HuMax-CD20), utilizado em determinados pacientes com Leucemia Linfoide Crónica. As farmacêuticas esperam garantir a aprovação do composto até finais de 2008.O estudo envolveu 154 pacientes, tendo o anticorpo monoclonal sido administrado em todos eles. Os cientistas notaram que 138 dos pacientes apresentaram uma resposta positiva ao composto passadas 24 semanas, nomeadamente naqueles que apresentavam resistência ao fludarabine e eram considerados candidatos desapropriados para o alemtuzumab.Este composto tem vindo a ser desenvolvido ainda, em parceria entre as duas farmacêuticas, para o tratamento de Linfomas Não-Hodgkin, artrite reumatóide e esclerose múltipla por surtos e remissões.A leucemia é uma forma de cancro caracterizada por uma produção elevada de leucócitos anormais ( afectação dos glóbulos brancos do sangue), que provocam a diminuição progressiva de produção de células normais, e que dão lugar ao aparecimento de anemia, infecções e hemorragias. Embora seja uma doença de carácter biológico, tem grandes repercussões a nível psicológico e social.

Pedro Santos 05 de Agosto de 2008


Aspirina pode ser vantajosa no tratamento da osteoporose
Investigadores revelaram que a Aspirina (ácido acetilsalicílico) pode oferecer uma nova abordagem para o tratamento da osteoporose, doença habitualmente verificada nas mulheres na pós-menopausa.O aumento da actividade das células que quebram os ossos são normalmente citadas como a causa da osteoporose, mas evidências recentes sugerem que uma diminuição das células formadoras de osso também tem um papel no processo, segundo o Dr. Songtao Shi, da Universidade da Califórnia do Sul, em Los Angeles. Em estudos de laboratório, os investigadores descobriram que a Aspirina reduziu a destruição das células formadoras de osso em ratos. Além disso, demonstraram que adicionar doses baixas de Aspirina torna as células formadoras de osso mais activas e as células responsáveis pela destruição de osso menos activas, resultando em ossos mais fortes e sólidos.Embora os estudos em humanos sugiram que a utilização regular de Aspirina pode ter um efeito benéfico moderado na solidez dos ossos em mulheres na pós-menopausa, são necessários estudos mais detalhados para clarificar o mecanismo subjacente através do qual a Aspirina pode prevenir e tratar a osteoporose, acrescentou o Dr. Shi em declarações à Reuters Health. A Aspirina pertence ao grupo de substâncias conhecidas como anti-inflamatórios não esteróides (AINE), eficazes no alívio sintomático da dor e febre. A Aspirina está indicada no alívio de dores de intensidade ligeira a moderada como, por exemplo, dores de cabeça, dores de dentes, dores musculares, dores menstruais e ainda nos estados febris associados a resfriados ou gripe.

Isabel Marques 5 Agosto2008
Fonte: www. Farmacia.com.pt

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O retorno da "Peste branca" e os avanços científicos dos nossos "tuguinhas"






"Um aluno do 12.º ano da Escola Secundária Alcaides de Faria, em Barcelos, contraiu tuberculose pulmonar e está em casa, submetido a tratamento com antibióticos."


"Uma estudante do 11º ano da Escola Secundária de Seia foi internada nos HUC depois de lhe ter sido detectada tuberculose pulmonar. Para fazer o despiste da doença foi já efectuado um rastreio no estabelecimento de ensino frequentado pela aluna, estando previsto um outro mais alargado para o dia 2 de Maio, a realizar pelo Centro de Doenças Pulmonares de Coimbra(...)"
Edição 16-04-2008

A conhecida "peste branca" parece estar novamente na ribalta. Habitualmente conotada como uma doença associada a desnutrição e deficientes condições sanitárias de países sub-desenvolvidos, surge agora em pleno século XXI na população jovem e em Portugal. No século XIX, atistas, poetas e intelectuais morriam de tuberculose e em quase todas as famílias havia um doente. Nesta época a tuberculose foi a principal causa de morte na Europa e nos Estados Unidos. Esta patologia assumiu importância durante a Revolução industrial, quando o aumento significativo da população nas cidades se traduziu num aumento do número de óbitos relacionados com a propagação desta doença infeciosa. Somente na metade do século XX, cientistas descobriram drogas eficazes capazes de curar.
A Tuberculose é uma infecção contagiosa, potencialmente mortal, causada por uma bactéria: Mycobacterium tuberculosis, M. bovis ou M. africanum. "Com o desenvolvimento do antibiótico Estreptomicina nos anos 40, da Isoniazida nos anos 50, do Etambutol nos anos 60 e da Rifampicina nos anos 70, a batalha contra a tuberculose parecia ganha. Contudo, em meados da década de 80, o número de casos em alguns países começou novamente a aumentar. A SIDA, conjuntamente com o excesso populacional e as más condições sanitárias de muitas zonas urbanas, os albergues para pessoas sem casa e as prisões, fizeram com que voltasse a ser um problema grave de saúde pública. Além disso, é particularmente preocupante que algumas variedades de bactérias responsáveis se tenham tornado resistentes aos antibióticos utilizados para tratar a doença. De qualquer modo, em alguns dos países referidos a incidência da tuberculose está de novo a começar a diminuir."

http://www.manualmerk.net/
Etiologicamente esta doença surge frequentemente associada factores geográfiocos( situações de maior pobreza e salubridade deficiente), factores genéticos (transmissão de genes associados à patologia e herdados pelos descendentes) e factores individuais ( étnicos, idade, entre outros).

Como se desenvolve a infecção?
-Actualmente nos países desenvolvidos, a tuberculose só se transmite inalando ar contaminado com Mycobacterium tuberculosis num ambiente fechado. Para que o ar se contamine, o hospedeiro terá de expelir bactérias tossindo e estas poderão permanecer no ar durante várias horas.
- Um feto pode adquirir tuberculose através da mãe, antes ou durante o nascimento, pelo contacto com o líquido amniótico contaminado
- Um lactente pode contrair a doença, depois de nascer, ao respirar ar que contenha gotículas infectadas.
-
Nos países em vias de desenvolvimento, as crianças podem infectar-se com outra micobactéria que cause tuberculose. Este microrganismo, chamado Mycobacterium bovis, pode ser transmitido através do leite não pasteurizado.
Curiosamente, de acordo com o referido manual, pude constatar que 90 % a 95 % de todas as infecções por tuberculose saram sem que a pessoa sequer o note.
Contudo estas poderão permanecer no hospedeiro inactivas em macrófagos, permanecendo muitos anos. Cerca de 80 % das infecções tuberculosas são causadas pela activação de bactérias inactivas. A activação de bactérias inactivas pode ter lugar quando o sistema imunitário individual se apresenta imunodeprimido (por exemplo, em virtude da SIDA, do uso de corticosteróides ou da idade avançada).
"Se as bactérias que causam a infecção tuberculosa se tornam resistentes aos antibióticos, uma pessoa com SIDA e tuberculose tem 50 % de probabilidades de morrer num lapso de tempo de dois meses"
O diagnóstico é possível mediante radiografia ao tórax (1), estudos microbiológicos (2)de amostras de secreções pulmonares expelidas oralmente e teste intradérmico da tuberculina (3).
A tuberculose activa começa habitualmente nos pulmões (tuberculose pulmonar). A tuberculose que afecta outras partes do organismo (tuberculose extrapulmonar) costuma provir de uma infecção tuberculosa pulmonar que se disseminou através do sangue. Como no caso dos pulmões, a infecção pode não causar doença, dado que as bactérias podem permanecer inactivas numa pequena cicatriz.

1) 2) 3)




A sintomatologia e complicações associadas surgem com tosse com expectoração e/ou sangue, calafrios, dificuldade em respirar. O diagnóstico clínico pode ser difícil de estabelecer face a sintomas tão vagos. Num período inicial as bactérias transferem-se da lesão do pulmão para os gânglios linfáticos que drenam esse órgão. Se a resposte imune primária se demonstrar suficiente para o controlo da infecção, as bactérias são inactivadas. Contudo, nas crianças, os gânglios linfáticos podem aumentar de volume e comprimir os brônquios, causando uma tosse metálica e provavelmente um possível colapso pulmonar. Ocasionalmente as bactérias disseminam-se pelos canais linfáticos, formando um aglomerado nos gânglios linfáticos. A tuberculose extrapulmonar afecta outros órgãos para além dos pulmões. Os rins e os ossos são provavelmente os locais onde mais frequentemente se desenvolve, podendo destruir parte destes órgãos. Contudo podem surgir evidências associadas, a nível intestinal, reprodutor, urológico, articular.

Uma infecção tuberculosa localizada na base do cérebro (meningite tuberculosa) é extremamente perigosa. Em alguns países desenvolvidos, a meningite tuberculosa é, actualmente, mais frequente entre as pessoas de idade avançada. Nos países em vias de desenvolvimento, é mais frequente entre as crianças, desde a nascença até aos 5 anos. Os sintomas da meningite tuberculosa são febre, dor de cabeça constante, náuseas e sonolência que pode acabar em coma.

A tuberculose miliar é outro motivo de preocupação. Quando um grande número de bactérias se dissemina por todo o corpo através da corrente sanguínea, capaz de provocar milhões de pequenas lesões do tamanho de um grão de alpista.Os sintomas são difusos e difíceis de identificar; entre eles figuram a perda de peso, febre, arrepios, fraqueza, mal-estar geral e dificuldade em respirar. Se a medula óssea for afectada, é possível que a pessoa tenha uma anemia intensa e outras anomalias sanguineas, que sugerem a presença de leucemia. Uma libertação intermitente de bactérias para a corrente sanguínea a partir de uma lesão oculta pode causar febre intermitente, com um enfraquecimento gradual do organismo.
O Tratamento é efectuado com mais de um fármaco antibiótico, já que as bactérias associadas são diversas e, deste modo, são necessários diferentes mecanismos de acção farmacológica para as destruir.
" Os antibióticos que se podem utilizar são cinco e a sua eficácia é tal que uma só bactéria em cada milhão escapa ao seu efeito. Como uma infecção de tuberculose pulmonar activa costuma conter 1000 milhões de bactérias ou mais, qualquer fármaco que se administrasse isoladamente deixaria mil microrganismos totalmente resistentes à sua acção".
Estas bactérias de crecimento lento, podem sucitar eventuais fases de remissão sintomatológicas, pelo que a terapêutica deverá ser contínua de forma a a reduzir a probabilidade de recorrência.
Os antibióticos mais frequentemente utilizados são: a isoniazida, a rifampicina, a pirazinamida, a estreptomicina e o etambutol. Os três primeiros fármacos podem estar contidos no mesmo comprimido. Isso reduz o número de comprimidos que o doente tem de tomar diariamente e assegura o cumprimento adequado da terapêutica.
- Os antibióticos isoniazida, rifampicina e pirazinamida podem causar náuseas e vómitos como resultado do seu efeito sobre o fígado. Perante estes casos os medicamentos devem deixar de ser administrados até que se possam fazer análises da função hepática. Se os resultados mostrarem uma reacção apenas a um deles, em regra costuma encontrar-se um substituto satisfatório para poder completar o tratamento.
- O etambutol começa a ser aplicado numa dose relativamente elevada para ajudar a reduzir rapidamente o número de bactérias. A dose é reduzida ao cabo de dois meses, com o fim de evitar efeitos adversos oculares.
- A estreptomicina foi o primeiro fármaco considerado eficaz contra a tuberculose; deve, porém, ser administrada por injecção. Apesar de continuar a ser um medicamento muito eficaz contra as infecções avançadas, pode afectar o sentido do equilíbrio e a audição se for administrado em grandes doses ou durante mais de três meses.
- Actualmente quase nunca é necessário extrair cirurgicamente uma parte do pulmão, desde que o doente siga rigorosamente otratamento farmacológico. No entanto, em certos casos, é preciso recorrer à cirurgia para drenar o pus de onde ele se tiver acumulado e ocasionalmente para corrigir uma deformação da coluna causada pela tuberculose.


Prevenção
- Radiação UV, apresenta forte poder germicida para pessoas que contactem com eventuais portadores dadoença(Ex: salas de espera dos serviços de urgência);
- Isoniazida é muito eficaz quando se aplica a indivíduos com elevado risco de desenvolver tuberculose. Entre eles encontram-se aqueles que tenham estado em contacto íntimo com alguém afectado pela doença. Estudos recentes demonstraram que cerca de 10 % das pessoas com infecções recentes desenvolvem tuberculose se não for aplicado tratamento, qualquer que seja a sua idade.
O benefício da terapêutica preventiva é evidente nas pessoas com menos de 25 anos que reajam face à prova cutânea da tuberculina, dado que existe a possibilidade de que aquela infecção seja recente e possa ser curada facilmente antes que progrida. Os benefícios do tratamento preventivo em adultos com mais de 25 anos é difícil de demonstrar.
As pessoas infectadas com o VIH que não reajam à prova cutânea da tuberculina, mas que tenham um risco considerável de entrar em contacto com pessoas com tuberculose activa, devem também receber isoniazida.
As pessoas com tuberculose pulmonar que estejam a receber tratamento não precisam de estar isoladas durante mais do que alguns dias, porque os fármacos reduzem rapidamente a capacidade infectante das bactérias. De qualquer modo, os indivíduos que tossem e não tomam a sua medicação correctamente podem necessitar de um isolamento mais prolongado para que não transmitam a doença. Um doente costuma deixar de ser contagioso ao fim de 10 a 14 dias de tratamento farmacológico.

- Aplica-se ainda uma vacina BCG para evitar a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis. A sua eficácia é duvidosa e só se utiliza nos países em que a probabilidade de contrair tuberculose é muito elevada.


Bibliografia : adaptado de http://www.manualmerk.net/ por NL


Portugal parece apostar cada vez mais na investigaçção científica. Recentemente, em janeiro do presente ano, investigadores portugueses divulgram as suas novas apostas em fármacos para a Tuberculose.
Equipa de investigadores da Universidade de Coimbra conseguiu identificar a função desempenhada por uma enzima considerada como um importante alvo terapêutico para a tuberculose.Os resultados do trabalho que conta com a colaboração de especialistas do IBMC, no Porto, já está patenteado e deverá ser publicado em breve. Apesar do promissor avanço, Milton Costa, coordenador da investigação, avisa que até chegar a um novo antibiótico será necessário esperar por muitos estudos e muitos anos.O mais recente tratamento para a tuberculose terá cerca de 30 anos, lembra o professor do Departamento de Bioquímica da Faculdade de Ciência e Tecnologia de Coimbra, justificando, desta forma, a importância da aposta em novas fórmulas e, preferencialmente, sem efeitos secundários. Será esse o objectivo da equipa de investigadores. "A próxima fase é encontrar moléculas que impeçam o funcionamento da enzima, mas que não sejam tóxicas para o ser humano", refere Milton Costa no comunicado divulgado ontem sobre a investigação. O especialista adiantou ainda ao PÚBLICO que "já foi identificado o local activo desta enzima" e que agora será necessário desenvolver uma substância capaz de bloquear a sua acção. "Se esta enzima não for sintetizada, a bactéria não prolifera", explicou, acrescentando que a enzima identificada pode ser encontrada em apenas cerca de 50 organismos, sobretudo, micobactérias. Aliás, segundo nota, o estudo desta enzima poderá ainda ter implicações noutras doenças como a lepra. Milton Costa nota ainda que a descoberta da equipa surgiu por acaso. Os especialistas investigavam uma bactéria chamada de Rubrobacter xylanophilus (que se desenvolve a altas tempreaturas rondando os 60 graus e tolera o sal) e que usa uma enzima (MPGS/GPGS) semelhante a que se encontra na micobactéria que provoca a tuberculose. O projecto está a ser desenvolvido em parceria com o Biocant - Parque tecnológico de Cantanhede. Portugal é um dos países da UE com mais elevada incidência de tuberculose registando cerca de 3 mil novos casos por ano.

Editado em: 22.01.2008