domingo, 12 de setembro de 2010

Gravidez saudavel








A Organização Mundial de Saúde, calcula que mais de 90 % das mulheres grávidas tomam fármacos receitados pelo médico e de venda livre, bem como drogas sociais,( tabaco e o álcool), ou drogas ilícitas. Os fármacos e drogas provocam 2 % a 3 % de todas as anomalias congénitas; a maioria das restantes devem-se a causas hereditárias, ambientais ou desconhecidas.
Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) mostra que 60% das gestantes que utilizam medicamentos durante a gravidez não recebem informação sobre possíveis riscos da medicação para a saúde do feto. O estudo, realizado com 699 mulheres com mais de 30 semanas de gestação, no interior de São Paulo, ressalta a necessidade de orientação adequada sobre medicamentos muito utilizados, como os receitados para cólicas, mas que não dispõem de estudos aprofundados sobre seus efeitos.(...) Das gestantes entrevistadas, 98% disseram usar pelo menos um tipo de princípio ativo, com um número médio de sete princípios ativos por gestante(...)

Embora os fármacos sejam habitualmente utilizados com o propósito de tratar uma determinada patologia, é sempre importante não esquecer que são compostos químicos e, como tal, o seu consumo pressupõe responsabilidade. Durante a gravidez, a maioria dos fármacos são venenos mesmo em doses consideradas "normais" para pessoas não grávidas. O tratamento da mãe deve ser sempre ponderado já que só deverá ocorrer se os benefícios para a mãe forem superiores aos riscos para o feto.

(...) Os efeitos prejudiciais dos fármacos no feto podem ocorrer em qualquer momento da gravidez e este conceito deverá estar presente sempre que se prescreva a uma mulher em idade fértil ou a um homem que pretende ser pai. Pode, no entanto, ser também prejudicial o receio excessivo do uso de fármacos durante este período , o que pode conduzir à situação de doença não tratada, à falta de cumprimento da grávida.(...)

Poucos fármacos mostraram ser teratogénicos de forma conclusiva no Homem, mas sem qualquer dúvida, nenhum fármaco é seguro no início da gravidez.
Durante o primeiro trimestre, os fármacos têm efeitos teratogénicos situando-se o risco maior entre a 3ª e 11ª semana de gravidez (fase de organogénese) devendo, sempre que possível, ser evitados. A serem necessários, preferir os já largamente utilizados, em vez dos novos, menos conhecidos, na menor dose eficaz, optando por formulações com um só fármaco, em vez de outras com dois ou mais componentes. Durante o segundo e terceiro trimestres podem afectar o crescimento e o desenvolvimento funcional ou ter efeitos tóxicos sobre os tecidos fetais. Se dados à mãe muito próximo do fim da gravidez, ou durante o parto, podem ter efeitos adversos não só na evolução do trabalho de parto como no recém-nascido, após o nascimento.


De acordo com o Manual Merk em http://www.manualmerck.net/., nomeei alguns dos fármacos contraindicados:


Talidomida Foi introduzido na Europa em 1956, como tratamento para a gripe ou como sedativo. Em 1962, descobriu-se que, se as gestantes tomassem talidomida quando os órgãos do feto estavam em desenvolvimento, produziam-se anomalias congénitas, como um desenvolvimento incompleto dos braços e das pernas, bem como malformações do intestino, do coração e dos vasos sanguíneos.

Isotretinoína NegritoUtilizada para tratar o acne grave, a psoríase e outros problemas cutâneos, provoca grandes anomalias congénitas. Entre as mais significativas destacam-se as deficiências cardíacas, orelhas pequenas e hidrocefalia.O risco de anomalias congénitas é de cerca de 25 %.

Etretinato Utilizado para tratar problemas cutâneos, também produz anomalias congénitas. Como este fármaco se armazena na gordura que há sob a pele e se liberta lentamente, pode continuar a provocar anomalias congénitas durante 6 meses ou mais depois de a mulher deixar de o tomar. Por isso, às mulheres que consomem este fármaco é recomendado esperar pelo menos um ano antes de engravidar.

Hormonas sexuais As hormonas androgénicas (masculinizantes), tratamento habitual para vários proTamanho do tipo de letrablemas sanguíneos, bem como os progestagénios sintéticos, tomados durante as primeiras 12 semanas depois da fecundação, provocam masculinização dos órgãos genitais de fetos femininos. Os contraceptivos orais não contêm quantidade de progesterona suficiente para produzir estes efeitos.


Dietilestilbestrol (DES) Um estrogénio sintético, provoca cancro vaginal nas adolescentes cujas mães tomaram este fármaco durante a gravidez. Com o passar do tempo, estas raparigas podem ter uma cavidade uterina anormal, sofrer de problemas menstruais, debilidade do colo uterino (incompetente), que pode ser causa de abortos, e aumento da incidência de gravidezes ectópicas ou de partos em que o feto morre pouco antes de nascer ou imediatamente depois. Os meninos expostos ao dietilestilbestrol podem ter anomalias no pénis.

Meclozina A meclozina, que se costuma tomar para os enjoos durante as viagens e para as náuseas e vómitos, provoca anomalias congénitas nos animais, mas não foram detectados os mesmos efeitos nos seres humanos.


Anticonvulsivantes A trimetadiona, cujo risco é de cerca de 70 %, e o ácido valpróico, com cerca de 1 %. Crê-se que a carbamazepina, outro anticonvulsivante, provoca um significativo número de anomalias congénitas menores. Foi atribuído ao anticonvulsivante fenitoína o desenvolvimento de diversas anomalias.
Os recém-nascidos que antes do nascimento foram expostos à fenitoína e ao fenobarbital podem ter hemorragias facilmente, porque estes fármacos provocam uma deficiência de vitamina K, necessária à coagulação.
As mulheres com epilepsia, embora não tomem anticonvulsivantes durante a gravidez, têm mais probabilidades de ter recém-nascidos com anomalias congénitas do que as mulheres que não têm epilepsia.

Vacinas Excepto em circunstância especiais, às mulheres grávidas ou que poderão está-lo não se aplicam vacinas que contenham vírus vivos. A vacina contra a rubéola, feita com vírus vivos, pode causar infecção tanto na placenta como no feto em desenvolvimento. As vacinas com vírus vivos (como as do sarampo, a parotidite, a poliomielite, a varicela e a febre amarela) e outras vacinas (como as da cólera, da hepatite A e B, da gripe, da peste, da raiva, do tétano, da difteria e da febre tifóide) são administradas às mulheres grávidas apenas no caso de existir um risco importante de serem infectadas com um desses microrganismos.


Fármacos tiróideos O iodo radioactivo que se administra a uma mulher grávida para tratar uma tiróide hiperactiva (hipertiroidismo) pode atravessar a placenta e destruir a tiróide do feto, ou provocar uma diminuição grave da actividade da referida glândula (hipotiroidismo). O propiltiouracilo e o metimazol, fármacos que também se usam para tratar uma tiróide hiperactiva, atravessam a placenta e podem aumentar o tamanho da tiróide do feto. Quando é necessário, o propiltiouracilo é o mais usado porque é mais facilmente tolerado pela mãe e pelo feto.


Hipoglicemiantes orais Os fármacos hipoglicemiantes são empregados para reduzir os níveis de açúcar (glicose) no sangue nas pessoas que sofrem de diabetes, mas não costumam controlar a diabetes nas mulheres grávidas e podem provocar baixas muito acentuadas de glicose no sangue (hipoglicemia) dos recém-nascidos. Por isso, é preferível administrar insulina para tratar a diabetes das gestantes.


Analgésicos opiáceos e anti-inflamatórios não esteróides
Os analgésicos opiáceos e os anti-inflamatórios não esteróides (AINE), como a aspirina, chegam ao feto em quantidades significativas se forem ingeridos por uma mulher grávida. Os filhos de mulheres dependentes dos analgésicos narcóticos (opiáceos) podem-se tornar toxicodependentes antes do nascimento e mostrar sintomas de privação entre as 6 horas e os 8 dias depois do parto. Se forem tomadas grandes doses de aspirina, podem produzir-se hemorragias na mãe ou no recém-nascido. A aspirina, como outros salicilatos, pode aumentar os níveis de bilirrubina no sangue do feto, provocando icterícia e, por vezes, lesões cerebrais.


Ansiolíticos e antidepressivos Os ansiolíticos provocam anomalias congénitas quando são administrados durante o primeiro trimestre da gravidez, apesar de este efeito ainda não ter sido provado. A maioria dos antidepressivos parecem ser bastante seguros se forem usados durante a gravidez, mas o lítio pode provocar anomalias congénitas (principalmente no coração). Os barbitúricos, como o fenobarbital, administrados a uma mulher grávida, têm tendência para reduzir a icterícia ligeira que se observa nos recém-nascidos.


Antibióticos O tratamento com antibióticos durante a gravidez é uma fonte potencial de problemas. As tetraciclinas atravessam a placenta e acumulam-se nos ossos e nos dentes do feto, onde se combinam com o cálcio.
A administração de antibióticos como a estreptomicina ou a kanamicina durante a gravidez pode lesar o ouvido interno do feto e até provocar surdez. O cloranfenicol não danifica o feto, mas provoca uma grave doença no recém-nascido conhecida como síndroma do bebé cinzento. A ciprofloxacina não deverá ser tomada durante a gravidez porque foi provado que nos animais provoca anomalias nas articulações. Pelo contrário, as penicilinas parecem ser inócuas.
A maioria dos antibióticos com sulfonamida, administrados no final da gravidez, podem fazer com que o recém-nascido contraia icterícia, que pode provocar uma lesão cerebral. No entanto, existe um antibiótico com sulfonamida, a sulfasalazina, que muito raramente provoca este problema.


Anticoagulantes O feto em desenvolvimento é extremamente sensível aos dicumarínicos, fármacos que evitam a formação de coágulos (anticoagulantes). Em até 25 % dos bebés expostos a estes fármacos durante os primeiros 3 meses de gravidez são detectadas anomalias congénitas significativas. Além disso, há risco de que ocorra uma hemorragia tanto na mãe como no feto. Se uma mulher grávida for propensa a formar coágulos no sangue, a heparina é uma alternativa muito mais segura.


Fármacos para o coração e para os vasos sanguíneos
A administração destes fármacos durante a gravidez é necessária para tratar certos problemas que são crónicos ou que surgem durante a gravidez, como a pré-eclampsia (hipertensão, presença de proteínas na urina e acumulação de líquidos durante a gravidez) e a eclampsia (convulsões em consequência da pré-eclampsia). Em geral, estes problemas são consequência de uma descida demasiado rápida da tensão arterial da mãe, que provoca uma redução considerável do afluxo sanguíneo à placenta. Do mesmo modo, deve ser evitada a administração dos inibidores do enzima conversor da angiotensina e dos diuréticos tiazídicos, porque podem provocar graves problemas fetais. A digoxina, utilizada para tratar a insuficiência cardíaca e algumas anomalias da frequência cardíaca, atravessa a placenta muito facilmente, embora os seus efeitos no bebé, antes ou depois do parto, sejam muito escassos.
Alguns fármacos, como a nitrofurantoína, a vitamina K, as sulfonamidas e o cloranfenicol, podem provocar uma destruição dos glóbulos vermelhos das gestantes e dos fetos com deficiência da glicose-6-fosfatodesidrogenase (G6PD), um problema hereditário que afecta as membranas dos glóbulos vermelhos.

Esta lista encontra-se mais detalhada em









domingo, 5 de setembro de 2010

Fármacos vs condução


Alguns fármacos devido às suas propriedades psicotrópicas são incompatíveis com a condução de veículos na via pública. Segundo o livro do código, comete uma infracção classificada como muito grave quem conduzir sob influência de substâncias psicotrópicas e perturbantes do estado físico, mental ou psicológico e é punido com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa até 120 dias.
Nem todos os medicamentos são incompatíveis com a condução, dessa lista consta apenas os que podem provocar sintomas como, por exemplo:

-Sonolência


-Tonturas


-Perda de consciência


-Alteração da visão e audição


-Aumento do tempo de reacção


-Alterações de comportamento diversas


-Risco de hipotensão


-Vertigens.

Para saber se um determinado medicamento é compatível com a condução basta recorrer às informações da bula do medicamento ou junto de um profissional de farmácia.
O grau de interacção dos fármacos com a condução depende dos efeitos da droga em si, mas também da posologia e do próprio organismo do sujeito que a toma.
Conclui-se que, é preciso ter cuidado com a compatibilidade entre os medicamentos e a condução para uma maior segurança e menor sinistralidade nas estradas e portanto esse cuidado ajuda em preservar a saúde pública e promover o medicamento como forma de ajudar a saúde e qualidade de vida das pessoas e não como mais uma razão para haver acidentes na estrada.


para mais informações sobre os fármacos incluidos nos sintomas referidos consultar http://www.infarmed.pt/prontuario/framecapitulos.html
O código da estrada da categoria B

Joel Mariano, estudante de farmácia da ESSG