segunda-feira, 28 de abril de 2008

Beba um chazinho, vai ver que fica no "ponto"...

A Fitoterapia é um ramo muito vasto, e inclui as Tisanas ou Chás medicinais. São uma das mais comuns utilizações da milenar fitoterapia.



Garcia d’Orta (1500-1568) que se dedicou ao estudo da flora de Goa e dos métodos terapêuticos das correntes da medicina tradicional hindu. Escreveu o célebre livro Colóquio dos Simples e Drogas da Índia e divulgou informações acerca de novas plantas, algumas das quais vieram a beneficiar milhões de seres humanos durante quatro séculos.
Até à primeira metade do século XX as plantas medicinais constituem a principal matéria prima para a preparação de drogas com finalidade terapêutica.



- método da infusão: sob a acção do calor, alguns elementos da planta passam para a água. sobre as folhas da planta deita-se água muito quente, deixando repousar durante alguns minutos. É indicado quando o chá é preparado a partir de partes tenras da planta (folhas, flores e botões).

- método de decocção ou cozimento: na água fervente deitam-se as plantas cortadas em pedacinhos, mantendo a fervura. enquanto a decocção é usada para raízes, caules e frutos secos.
A água utilizada para as tisanas deverá ser de boa qualidade, não excessivamente calcária. O recipiente não deverá ser de metal nem lavado com detergente.


Obviamente, os chás medicinais estão apenas indicados para situações clínicas menores, tendo elevado valor afectivo e curativo para "menores" problemas de saúde. Constipação, rouquidão, indigestão, mau funcionamento intestinal, cansaço, mal estar, estados de ansiedade ou insónia.

Podem ainda assumir importância como adjuvantes de dieta de emagrecimento, de terapêuticas dirigidas ao tubo digestivo ou auxiliando o desaparecimento de perturbações da pele, de inflamação das vias urinárias ou de tosse persistente.
Relativamente às substâncias químicas têm por vantagens:
- menor custo;

- evita efeitos secundários prejudiciais à saúde, ( em consequência da ingestão de alguns fármacos, particularmente dos mais agressivos para a mucosa do estômago);


- predispõe no doente uma alimentação mais equilibrada e saudável, sendo menos frequente a tendência para a obesidade;

- proporciona ao organismo maior quantidade de um nutriente habitualmente insuficiente na nossa dieta: água

- uma infusão de tília ou de botões de laranjeira pode ser preferível a um ou dois comprimidos de "Valium".


Contudo é importante reconhecer as limitações da automedicação à base de Tisanas, a utilização indiscriminada das infusões de plantas pode implicar três tipos de riscos:
Efeitos tóxicos confirmados de algumas plantas menos comuns; Acções indesejáveis de chás obtidos de plantas bem conhecidas
, mas ingeridos em concentrações exageradas ou em doses diárias excessivas. Poderá surgir dispepsia, náuseas, acentuado abaixamento da tensão arterial, hipoglicémia, mal estar, dores de cabeça; A utilização prolongada de chás substituindo uma consulta médica, pode ser causa de atraso no diagnóstico de uma doença.


Todos os dias, nas florestas tropicais, são descobertas novas plantas que constituem um dos principais ramos da investigação de novos medicamentos, nomeadamente anticancerosos.

Através da utilização de metodologia científica e análise química é possível a purificação e manipulação dos princípios activos: Dedadeira, beladona, quina, sene, cáscara, plântago, aloés, hamamélia, rauvólfia, ópio, ipeca, genciana, valeriana.
Na segunda metade do século XX, as tecnologias farmacêuticas progrediram rapidamente, verificando-se a substituição destes extractos naturais de plantas por substâncias químicas sintéticas, que actualmente constituem os medicamentos.

Uma planta de uso medicinal tem vários princípios activos, cada um dos quais vai exercer os seus efeitos respectivamente, no tubo digestivo, no sistema nervoso, no aparelho respiratório, no aparelho urinário. Assim, é possível fazer uma classificação das Tisanas em função dos efeitos no organismo:
- Estimulantes : chá vulgar, café, cacau, mate.
- Calmantes : tília, passiflora, valeriana, botões e flor de laranjeira.
- Digestivas : camomila, hipericão, macela, hortelão, cidreira, verbena.
- Laxativas : Flor de pessegueiro, casca de maçã ou de batata seca.
- Obstipantes : Chá vulgar, água de arroz, pimpinela, silva.
- Carminativas (diminuição dos gases intestinais): lúcia-lima, abrótano, agripalma, hissopo.
- Aperitivas (estimulam o apetite): angélica, almeirão, artemísia dos Alpes, lúpulo, orégãos.
- Béquicas ou expectorantes (calmantes da tosse e rouquidão): alteia, tomilho, malva, eucalipto.
- Diuréticas (inflamação das vias urinárias): pés de cereja, barbas de milho, raiz de morango.
As tisanas de flor de jasmim, gerânio rosa, rosa silvestre, entre outras, podem ser utilizadas tão somente para deleite gustativo.

É também possível associar propriedades farmacológicas através de misturas de diferentes plantas ( i.e. tília,+ hortelã + alteia e sene+ anis + tília). Cada planta tem capacidade para exercer várias acções, as quais são potenciadas pela sua associação a outras, para obtenção dos efeitos desejados. A escolha criteriosa de um conjunto de espécies a utilizar numa tisana constitui tarefa complexa, a qual exige conhecimentos profundos de fitoterapia, aliados a sólida experiência.


Recentemente surgiu a "Neofitoterapia" a substituição das tisanas por comprimidos e geleias de plantas medicinais. Estas formas farmacêuticas traduzem o fenómeno de consumismo que se tem sentido em todos os produtos naturais, com excepção do "Valdispert" ainda um MSRM.

Fitoterapia...é tudo natural!




Sempre que as terapias convencionais não são eficazes, nada melhor que recorrer a outras "mezinhas miraculosas": curandeiras, exorcistas, cartomantes, bruxas...pois, mas antes destas alternativas há ainda a Fitoterapia.

Fitoterpia deriva do latim Therapeia Phyton, o que significa Terapêutica vegetal. A fitoterapia, apesar de ser erroneamente considerada por muitos como uma terapia alternativa não é uma especialidade médica.

Consiste no estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Há uma grande quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo, utilizadas há milhares de anos para o tratamento de doenças, através de mecanismos na maioria das vezes desconhecidos. Farmacologicamente interessa o estudo desses mecanismos e o isolamento do princípio activo da planta. As plantas medicinais podem ainda ser utilizadas de forma caseira, principalmente através de chás ou ultradiluições (Homeopatia).

Este tema parece-me interessante ser abordado após o fenómeno Depuralina.

"Faz bem a tudo: emagrece e limpa o organismo das toxinas"

"Vai rejuvenescer 20 anos"

"Não tem contra-indicações é tudo natural!"

Em cada cavadela sua minhoca... se assim fosse esta mezinha era perfeita, e a perfeição não existe. O uso de plantas não é isento de risco. Além do princípio activo terapêutico, a mesma planta pode conter outras substâncias tóxicas, a grande quantidade de substâncias diferentes pode induzir a reacção alérgica, pode haver contaminação por agrotóxicos ou por metais pesados, interacções com outras medicações que não podem ser negligenciadas por parte dos profissionais.


Refira-se ainda que,

"Todas as substâncias são venenos e nada existe sem veneno, apenas a dosagem é razão para que uma substância seja terapêutica" Paracelso (1493-1541)

À medida que os princípios activos são descobertos, são isolados e refinados de modo a eliminar agentes tóxicos e contaminar a formulação final. As doses terapêuticas e tóxicas são bem estabelecidas, de modo a determinar de forma precisa a faixa terapêutica e as interações farmacológicas.
Note-se que o uso de fitoterápicos poderia introduzir novas reacções adversas devido ausência de sinergismo ou antagonismo parcial entre mais que um princípio activo encontrados numa mesma planta.

- A variação de concentração do princípio activo em chás pode ser muito grande, pelo que a janela terapêutica é reduzida, e não garante segurança.

- No que respeita a forma industrializada, o risco de contaminações pode ser reduzido através do controle de qualidade da matéria prima, mas mesmo assim a variação na concentração do princípio ativo em cápsulas pode variar em 100%!

- Nas ultradiluições, como é o caso da Homeopatia o princípio ativo na apresentação final não é visivelmente significativo, pelo que não há nenhum desses riscos anteriores, mas a eficácia desse tratamento não foi comprovada cientificamente.




























Genética e Farmácia, uma linha muito ténue..

"A genética abre uma linha divisória na Farmácia, criando um mundo novo e promissor, onde é possível concretizar o sonho da cura de doenças até recentemente infactível "
Revista Pharmacia Brasileira - Out/Nov 2002

Genética, provém do grego genno (fazer nascer). Define-se como a ciência dos genes e da hereditariedade, e conseqentemente a variação dos organismos. É o Ramo da Biologia que estuda a transmissão das características biológicas de geração em geração. Os conhecimentos da genética iniciaram-se na pré-história, pelo cruzamento selectivo de animais e plantas. Actualmente, a genética é essencial para a cura de muitas doenças associadas ao factor genómico.
Gregor Mendel em 1865, definiu o conceito de alelo como sendo a unidade fundamental da hereditariedade, expressando a ideia de "gene". Mendel não tinha conhecimento da natureza física dos genes.


Actualmente sabe-se que a informação genética está contida nos cromossomas onde é representada na estruturar química da molécula de DNA. Deste modo, a hereditariedade pode ser alterada e consequentemente as características dos organismos, pela manipulação do DNA.Os genes codificam a informação necessária para a síntese de proteínas. Por sua vez as proteínas influenciam, em grande parte, o fenótipo final de um organismo. Note-se que o conceito de "um gene, uma proteína" é simplista: por exemplo, um único gene poderá produzir múltiplos produtos, dependendo de como a transcrição é regulada.


As aplicações da genética são diversas:
- Prevenção (aconselhamento genético) e tratamento de doenças.
- A terapia genética permite substituir genes doentes por genes sãos, ou mesmo eliminar os genes doentes.
- Optimização do bem-estar e sobrevivência do indivíduo.
- Intervenções terapeuticas definidas de acordo com o perfil genético do doente, o que faz com que a probabilidade de sucesso de tratamento seja maior.




Numa entrevista da revista Pharmacia Brasileira - Out/Nov 2002 à Farmacêutica-bioquímica
pela Universidade Federal do Rio Grande do A Sul (UFRGS),

"As novas fronteiras criam-se à luz de um conhecimento extraordinário, gerado pelas biologias molecular e celular(...) a tecnologia dos transgénicos, terapia génica, novas drogas, vacinas recombinantes e de DNA e a clonagem terapêutica, entre outras."



Mas como actuam esses medicamentos no organismo humano? Que resposta terapêutica se espera?

R.S. Estes medicamentos baseiam-se no perfil genético do paciente, isto é, no conjunto genético que determina as suas propriedades, em termos de metabolismo, por exemplo, como o paciente responde frente ao agente terapêutico (farmacogenómica).
Assim, estes medicamentos não actuariam, de forma convencional, dirigidos a um tipo de doença ou manifestação, ou a um grupo de indivíduos, mas, sim, de modo individualizado,adequados a cada paciente, em busca do melhor efeito terapêutico e menores efeitos indesejados.
Em relação aos testes de eficácia e toxicidade, podem ser realizados em cultura de células do próprio paciente, removidas e tratadas em cultura com a droga para melhor avaliação do efeito terapêutico. Como são medicamentos adaptados às necessidades e características do paciente, espera-se uma resposta terapêutica optimizada, aliada à baixa toxicidade.



O que são medicamentos inteligentes?
Que país está à frente nas pesquisas com esses produtos?


R.S.- Medicamentos desenvolvidos contra alvos moleculares definidos, a partir do conhecimento das estruturas e interações moleculares específicas de cada participante do processo. Os países que estão à frente, nestes estudos, são os Estados Unidos e países da Europa, onde as empresas farmacêuticas desenvolvem suas pesquisas, muitas vezes, em parcerias com institutos de pesquisas e Universidades. Vários destes medicamentos estão já disponíveis, como o Glivec, Inibidores de proteases, etc.


O que diferencia as vacinas de DNA das convencionais do ponto de vista da ação no organismo?




R.S. - As vacinas de DNA apresentam uma abordagem bastante diferente das vacinas “tradicionais”,
especialmente pelo aspecto da produção do antígeno de um agente infeccioso pelas células
do hospedeiro. Isto, porque estas vacinas consistem na inserção de um segmento de DNA específico do agente infeccioso em algumas células do hospedeiro, usando técnicas de DNA recombinante.
O DNA introduzido contém informação genética específica do agente, e será processado, de forma a produzir um polipeptídeo deste agente. Este peptídeo é produzido pelas células do hospedeiro, a partir de informações de outro organismo, e será percebido pelo sistema imunológico, desencadeando o processo da resposta imune.

Esta abordagem é bastante segura, uma vez que há introdução de um pequeno segmento
de DNA do agente, incapaz de produzir doenças, em contraste com vacinas de agentes atenuados ou inativados. Ainda há a vantagem de estimulação das duas vias de resposta imune: humoral e celular. Contudo, questiona-se a incorporação de material genético de agentes infecciosos, questões éticas, toxicidade, etc.



Apesar dos grandes esforços e da sua potencialidade, estas estratégias estão limitadas, pois os vectores mais eficientes derivam de vírus, ou a construção genética envolvida utiliza um promotor viral para permitir a expressão do gene exógeno, o que para vacinas distribuídas em larga escala apresenta problemas sérios.





Modelagem molecular, em que consiste? O que representa para o sector farmacêutico?


R.S. - Consiste em determinar um modelo tridimensional de moléculas biológicas, a partir da sequência de aminoácidos de um polipeptídeo, por exemplo. Este modelo, desenvolvido com o auxílio de computadores e programas específicos, permite que sejam estudados locais de ligação com substratos e cofatores, domínios e motivos específicos nesse polipeptídeo, alterações conformacionais, de acordo com meio e condições de pH, permitindo inclusive simulações de interação com outros elementos.

No sector farmacêutico, esta área tem sido bastante explorada, especialmente, na investigação de inibidores específicos para um determinado domínio de proteínas derivadas de agentes infecciosos, ou proteínas produzidas sob condições anormais, como no cancro, doenças
auto-imunes, etc.



Que outra novidade está para ser anunciada dos laboratórios de pesquisa em genética e que tenha ligação com o medicamento?


R.S. - Já existem medicamentos disponíveis e desenvolvidos para alvos moleculares definidos, como o Iressa, da Aastra Zeneca, e o Glivec, da Novartis, entre outros. O Glivec é utilizado especialmente no tratamento da leucemia mielóide crónica (LMC). A LMC normalmente resulta de uma alteração genética denominada translocação entre os cromossomas 9 e 22, que consiste na quebra e religação “trocada” de segmentos destes cromossomos, com a formação do cromossoma Philadelfia.
No ponto de religação, há a fusão de segmentos de dois genes distintos, bcr e abl, formando a proteína Bcr-Abl, característica na LMC que desencadeia proliferação celular. O Glivec é um inibidor selectivo desta proteína de fusão, que bloqueia a proliferação e induz à morte das células que apresentam esta fusão.
Além destes medicamentos, acredito que haverá um incremento da produção de hormonas peptídicas por tecnologia de DNA recombinante, bem como alterações de propriedades nutricionais e até inserção de propriedades farmacológicas específicas em alimentos,além do desenvolvimento de estratégias para a regeneração de tecidos para patologias como derrames e enfartos.




domingo, 27 de abril de 2008

Desporto Saudável



“Os que não encontram tempo para o exercício terão de encontrar tempo para as doenças.” Edward Derby



O Desporto é claramente um vício, saudável ou não, só depende da perspectiva. Se por um lado a prática desportiva está indicada para o tratamento não farmacológico e prevenção de muitas patologias ( i.e Asma: natação / Ansiedade: yoga)
por outro é a causa de muitas lesões de atletas de alta-competição, as quais podem ser permanentes.


Qualquer modalidade desportiva implica entrega, empenho e dedicação, só assim é possível obter resultados favoráveis.
Um treinador que se preze deve incutir no aluno o
espírito de sacrifício.
Nas alturas difíceis em que só apetece relaxar (nem que seja por breves segundos) há sempre uma voz que diz " levanta-te, dormir é em casa".No que respeita a necessidades fisiológicas individuais, a consciência prevalece: se tens sede, "aguenta!!" se tens fome, "aguenta!!" se te dói o pezinho... " isso incha, desincha e passa!" (aquela frase fantástica que teima em surgir nas piores alturas).


A allta-competição exige aos atletas resultados que atinjam um nível satisfatório que lhes permita assegurar o seu lugar. Perante isto, será que ser um atleta de alto rendimento tem consequências negativas para o organismo? Quais os cuidados durante e depois da carreira desportiva?


"...todos os desportistas de alta competição, sujeitos a exercício físico intenso, apresentam uma depressão do sistema imunitário, estando mais sujeitos ao aparecimento de infecções, nomeadamente no trato respiratório superior. As causas que provocam esta imunodepressão são multifactoriais, dentro das quais se inclui, com uma importância acrescida, um regime alimentar desequilibrado. Deficiências dietéticas de energia, proteínas e micronutrientes específicos estão associadas a uma função imune deprimida e a uma maior susceptibilidade a infecções."


O que devem consumir os atletas antes de um treino de média/longa duração?


É necessário restabelecer a energia dispendida durante a actividade física intensa. Para isso são necessários Hidratos de Carbono por forma a recarregar as reservas musculares de glicogénio. Na opinião de um Especialista na matéria.


"os atletas erram na sua alimentação ao ingerirem HC de rápida absorção ( bebidas energéticas, doces, barras, etc.) imediatamente antes de iniciarem o exercício sob o propósito de fornecerem energia e melhoraram o desempenho (...) O certo é que o resultado pode ser exactamente o contrário, e o desempenho pode ficar de tal forma comprometido, que o atleta poderá mesmo ter de abandonar o exercício. Isto porque durante o exercício poderá ocorrer uma hipoglicémia reactiva." .


O organismo, perante o fornecimento de HC de rápida absorção provoca hiperglicémia e consequentemente liberta-se insulina no sentido de diminuir os níveis de glicose no sangue. Fisicamente o atleta manifesta uma quebra física. O ideal seria a ingestão de HC de lenta absorção (pão escuro, cereais integrais, massas, pasta, etc), para manter um nível estável de glicemia durante o exercício.


O "facilitismo" é uma política bem conhecida por todo nós, um bom português sabe que é mais fácil pisar o relvado em vez de contornar o canteiro. Em prol do elevado rendimento dos atletas surgem suplementos alimentares "milagrosos" .Para adquirir um suplemento, seja ele qual for, há um vasto leque de marcas, sabores e fórmulas.Todos se assumem como inovadores e com resultados exemplares. Curiosamente a composição dos suplementos pouco difere, surge então a questão:

Como escolher um suplemento, qual o mais acertado?

O factor decisivo da escolha é o laboratório de produção, só assim é possível garantir a fiabilidade, confiança e qualidade.

Na opinião de um Especialista da matéria "muitas marcas, especialmente as americanas anunciam produção em laboratórios próprios, mas nunca apresentam quaisquer provas disso. Muitos desses produtos são produzidos em laboratórios que servem também para produzir outro tipo de substâncias (i.e. dopantes), as máquinas de fabricação são obviamente limpas, desinfectadas e prontas para produzir os suplementos desportivos. Qualquer falha nessa mesma desinfecção pode ser suficiente para a contaminação de um qualquer suplemento."


Os BCAA's (brand chain aminoacids) são os suplementos preferidos pelos atletas, os vulgares aminoácidos de cadeia ramificada, sobretudo para preservar/aumentar a sua massa muscular. Incluem 3 aminoácidos essenciais, ou seja, que o nosso organismo não consegue sintetizar e portanto têm de ser fornecidos através da dieta L-leucina, L-isoleucina e Valina com características metabólicas essenciais. Farmacologicamente apresentam acção anticatabólica (previenem/evitam a destruição do músculo) e também ao nível da fadiga central devido à sua capacidade de bloquear o transporte de triptofano, prolongando o esforço.


















sábado, 26 de abril de 2008

Álcool: remédio santo ou santo remédio?

Aproximam-se tempos difíceis para todos os estudantes, surgem semanas académicas por todo o país, e nao há hipótese... até os mais ajuizados não resistem às tentações das "cidades do pecado", todos se desgraçam nem que seja uma vez na vida!!
Por estas épocas, as investidas dos estudantes à Farmácia é uma constante, para a compra de preservativos, testes da gravidez, pílula abortiva, os "anti-ressaca"... Ainda assim, a restante população é claramente uma potencial consumidora a não desprezar, por certo aumentam as vendas de tampões para os ouvidos e analgésicos.
As indústrias cervejeiras e as "tasquinhas" estão claramente em alta nesta época...tudo o que contenha álcool não é desprezado pelos estudantes. Em relação ao álcool é tudo uma questão de perspectiva, a visão difere consoante o consumidor, e de "santo" pouco tem.

A revista Época, edição 421, de 9.06.2006, publicou uma nota sobre os efeitos do vinho, onde afirma que “Uma das descobertas mais bem-vindas dos últimos tempos seria que o álcool ajudaria a prevenir doenças coronárias.” refira-se ainda que um estudo feito na Dinamarca mostrou que os efeitos seriam mais evidentes nas mulheres que nos homens.”
Segundo a revista, Mulheres que tomam uma taça de vinho por semana reduzem o risco de problemas cardíacos em 36%, enquanto os homens necessitam beber cinco vezes por semana para reduzir o risco em 29%.
(Ora aí está, o álcool é necessário, os estudantes bebem porque estão preocupados com a sua saúde a longo prazo...óbvio!! )
”Por último refere ainda que os cientistas alertam: um copinho de tinto diário é recomendadado apenas para quem não tem tendência ao alcoolismo.”
Em 2003 foi feito um estudo sobre o tema “Sumo de uva versus vinho tinto: efeitos sobre o colesterol”. Concluiram que o sumo de uva provoca o mesmo efeito sobre o endotélio (camada interna dos vasos sanguíneos) que o vinho tinto, aumentando a dilatação dos vasos. As placas ateroscleróticas tendem a depositarem-se nessa camada e desta forma, comprometem a circulação, o que pode levar a enfartes do miocárdio. Este efeito foi comprovado pela tese de doutoramento da cardiologista e médica assistente do Instituto do Coração (InCor) da Faculdade de Medicina da USP, Silmara Regina Coimbra.

O estudo foi realizado com pacientes hipercolesteroleicos, sem outros factores de risco. Segundo a pesquisadora, cardiologista, a principal conclusão deste trabalho "o sumo de uva pode proteger o indivíduo contra a doença arterial coronária (DAC) sem os riscos associados ao consumo de álcool, substância responsável por doenças cardíacas". Antes acreditava-se na acção do vinho tinto na prevenção de doenças do coração, hoje sabe-se que os flavonóides do vinho e do sumo de uva são os constituintes com acção antioxidante. Note-se ainda que o vinho é contra-indicado para pessoas com elevados níveis de pressão arterial e diabéticos, podendo produzir efeitos adversos. Fonte: Medicina Social de Grupo-Nº 182


Eles falam, falam, falam...mas andam todos enganados! Enquanto estudantes universitários/politécnicos, todos nós sabemos que as garrafas deveriam conter uma...bula!! Pois é, assim todos nós estaríamos precavidos para os possíveis efeitos nefastos do dito remédio.

Indic: prevenir e tratar qualquer tipo de depressão estudantil através da toma repetida e continuada sob a forma de brindes ( a nós , aos outros, ao cão, ao piriquito...)

Posologia: a dosagem adequada a tristes figuras varia individualmente (estão descritos indivíduos resistentes que a doses elevadas se mantém firmes e irtos e os de menor resistência cuja mais pequena gota é suficiente para a desgraça total)

Efeitos 2º:euforia excessiva, possível tsunami estomacal (poderá também ocorrer rectal)..estão também descritas situações de contagem de paralelos, perdas de sapatos, banhos nocturnos à luz de "candeeiros"...

Contra-indic: no final do tratamento, o paciente terá uma visão múltipla do mesmo objecto!!! sera difícil acertar com a fechadura de casa...

Interacções: socialmente vantajoso...economicamente dispendioso.





Um mito implícito... numa profissão actual.


Desde o Paleolítico que já se conheciam os efeitos benéficos ou tóxicos de materiais de origem vegetal e animal, descritos na China e no Egipto. Os chineses, há mais de 2,6 mil anos, desenvolviam remédios à base de drogas extraídas de plantas; os egípcios, há mais de 1,5 mil anos, preparavam os seus remédios a partir de vegetais, sais de chumbos, cobre e unguentos de banha de leão, hipopótamo, crocodilo e cobra.
Porém, o escasso conhecimento dos remédios tornava-se inútil na cura de algumas doenças e, em certos casos, o efeito tóxico sobrepunha-se ao efeito terapêutico.

Em épocas passadas, a imaginação prevalecia e manifestava-se em ideias bizarras:
"o excesso da bílis ou sangue são a causa de doenças";
"aplicar unguento à arma que causou o ferimento";
" tens o diabo no corpo".

As tentativas de gerar conhecimentos capazes, surgiam em torno da exploração da Biologia e das Patologias, mas ainda com escassos e fundamentados resultados científicos.
Na Índia foram desenvolvidos remédios a partir de 600 tipos diferentes de plantas medicinais, enquanto que os Assírios conheceram mais de 200 drogas diferentes.

Na Grécia eram utilizadas as chamadas fórmulas mágicas e as curas surgiam dentro de templos, onde eram pendurados os ex-votos de doentes que tinham alcançado a cura.
Coube a Hipócrates levar as " ciências da cura" para fora dos templos. Deste modo, iniciou-se uma nova era, com a sistematização dos medicamentos em três grupos essenciais, os Narcóticos, os Febrífugos e os Purgantes utilizados para a cura dos humores.
Os escravos, na Roma primitiva, eram os responsáveis pelo exercício da medicina e alguns, com relativa cultura, eram designados a preparar os medicamentos.

O próprio símbolo da Farmácia, o cálice, a planta e a cobra têm uma história implícita.
Entre os gregos, cerca de 1000 anos a.c, a medicina ainda estava divinizada.
Uma das lendas gregas para a explicação do símbolo é a lenda de Hipócrates.
Segundo as literaturas antigas, o símbolo da Farmácia ilustra o poder (cobra) da cura (cálice). A cobra que tinha engolido a planta do rejuvenescimento, enrolou-se no cajado de Hipócrates e quando estava para picá-lo, ele olhou para a serpente e disse: se me queres fazer mal, de nada adiantará que me firas, pois tenho no corpo o antídoto contra tua peçonha, se tens fome eu alimento-te.”
Hipócrates, padroeiro da medicina, pegou no cálice onde fazia misturas de ervas medicinais e colocou leite que ofereceu à serpente. Por sua vez, esta desceu do cajado, enrolou-se na taça e bebeu o leite.


Uma outra lenda para a explicação do símbolo é a lenda do Centauro Chiron. Este centauro dedicou-se ao conhecimento das curas. Teve como um dos seus discípulos o deus Asclépio, deus da saúde (também denominado Esculápio), ao qual o centauro ensinou os segredos das ervas medicinais. O símbolo deste deus é um ceptro com duas serpentes. Asclépio era conhecido pelas suas faculdades curativas e também pelo poder de ressuscitar pessoas. Descontente com a quebra do ciclo natural da vida, Zeus resolveu intervir e matou Asclépio com um raio. Com a morte de Asclépio, a saúde passou a ser responsabilidade de sua filha Hígia, que se tornou dessa maneira a deusa da saúde. Hígia tinha como símbolo um cálice com uma serpente enrolada, uma representação do legado de seu pai.
As precursoras da farmácia moderna surgiram no início do Séc. X, quando ainda eram denominadas de Apotecas ou Boticas (espaços onde se exercia a arte do Boticário pelos mesmos).


No final do séc XVll , a Farmacologia ( palavra derivada do latim, pharmakon + logos), assume-se como ciência caracterizada pelo estudo das substâncias que interagem com os sistemas vivos por meio de processos químicos. Os compostos administrados têm por objectivo a "cura dos males", pelo seu efeito terapêutico.
Os avanços da Química e da Fisiologia por volta do fim do séc XVlll e início do séc XX, proporcionaram uma base necessária para compreender os mecanismos de acção das drogas nos tecidos e órgãos.
Paradoxalmente, os avanços da Farmacologia foram acompanhandos de propaganda não-científica por parte de fabricantes e vendedores de remédios inúteis.
Somente há 50 anos atrás, a Indústria Farmacêutica assumiu um papel fulcral no âmbito da pesquisa científica de fármacos.

Actualmente, a Farmácia é um local onde se podem adquirir medicamentos ou outros equipamentos médicos. De entre os profissionais habilitados para exercer no referido espaço estão os Farmacêuticos (licenciados em Ciências Farmacêuticas) e os Técnicos de Farmácia (licenciados em Farmácia).
O homem evoluiu e, com ele, as novas tecnologias assumem um papel essencial na cura de muitas doenças. Surge deste modo um profissional capaz de actuar no âmbito das Tecnologias da Saúde, intervindo em todo circuito do medicamento os Licenciados em Farmácia.