
Sempre que as terapias convencionais não são eficazes, nada melhor que recorrer a outras "mezinhas miraculosas": curandeiras, exorcistas, cartomantes, bruxas...pois, mas antes destas alternativas há ainda a Fitoterapia.
Fitoterpia deriva do latim Therapeia Phyton, o que significa Terapêutica vegetal. A fitoterapia, apesar de ser erroneamente considerada por muitos como uma terapia alternativa não é uma especialidade médica.
Consiste no estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Há uma grande quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo, utilizadas há milhares de anos para o tratamento de doenças, através de mecanismos na maioria das vezes desconhecidos. Farmacologicamente interessa o estudo desses mecanismos e o isolamento do princípio activo da planta. As plantas medicinais podem ainda ser utilizadas de forma caseira, principalmente através de chás ou ultradiluições (Homeopatia).
Este tema parece-me interessante ser abordado após o fenómeno Depuralina.
"Faz bem a tudo: emagrece e limpa o organismo das toxinas"
"Vai rejuvenescer 20 anos"
"Não tem contra-indicações é tudo natural!"
Em cada cavadela sua minhoca... se assim fosse esta mezinha era perfeita, e a perfeição não existe. O uso de plantas não é isento de risco. Além do princípio activo terapêutico, a mesma planta pode conter outras substâncias tóxicas, a grande quantidade de substâncias diferentes pode induzir a reacção alérgica, pode haver contaminação por agrotóxicos ou por metais pesados, interacções com outras medicações que não podem ser negligenciadas por parte dos profissionais.
Refira-se ainda que,
"Todas as substâncias são venenos e nada existe sem veneno, apenas a dosagem é razão para que uma substância seja terapêutica" Paracelso (1493-1541)
À medida que os princípios activos são descobertos, são isolados e refinados de modo a eliminar agentes tóxicos e contaminar a formulação final. As doses terapêuticas e tóxicas são bem estabelecidas, de modo a determinar de forma precisa a faixa terapêutica e as interações farmacológicas.
Note-se que o uso de fitoterápicos poderia introduzir novas reacções adversas devido ausência de sinergismo ou antagonismo parcial entre mais que um princípio activo encontrados numa mesma planta.
- A variação de concentração do princípio activo em chás pode ser muito grande, pelo que a janela terapêutica é reduzida, e não garante segurança.
- No que respeita a forma industrializada, o risco de contaminações pode ser reduzido através do controle de qualidade da matéria prima, mas mesmo assim a variação na concentração do princípio ativo em cápsulas pode variar em 100%!
- Nas ultradiluições, como é o caso da Homeopatia o princípio ativo na apresentação final não é visivelmente significativo, pelo que não há nenhum desses riscos anteriores, mas a eficácia desse tratamento não foi comprovada cientificamente.
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