
Num grito abafado, sufocante, até que se liberta:
- Acorda Serotonina!
Meia tonta, zonza, sob o efeito rebote do entorpecente da noite passada. Abro os olhos...

Dopamina, dopem, mina, dor.
Cafeína, suspiro, respiro, tomo, melhoro..
Serotonina dormiu, apagou, descansou.
Dopamina não, sempre alerta em busca de uma Heroína.
Atenta aos acontecimentos com suas pupilas disformes...
Passa o dia frenética, saltitante com a Cafeína, mas quando a noite cai, elas sentem falta da Serotonina coitada, tão nova, tão cansada, tão medicada e controlada começa o ensaio para a madrugada longa e acordada e agitada sob o som clássico de uma orquestra de ansiolíticos, o maestro não permite que a festa se resuma a 15 gotas musicais com uma sonoridade inconfundível e entorpecidamente gostosa e vem o grito de novo:
- Acorda Serotonina que é hora de dormir!
Fonte: pantomima.nireblog.com/

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